A associação Médicos pela Vida, grupo de profissionais de saúde que se reuniu para municiar o gabinete paralelo ao ministério da Saúde no governo Jair Bolsonaro, perdeu um processo em que pedia "direito de resposta" à Globo por uma reportagem veiculada no Fantástico em março deste ano que condenava o chamado "tratamento precoce".
A reportagem apresentada por Tadeu Schmidt e Poliana Abritta mostrava evidências e dados científicos contra o uso de cloroquina no tratamento da Covid-19.
Os médicos bolsonaristas, que haviam publicado um manifesto em favor da "autonomia médica" para receitar o medicamento dias atrás, se sentiram ofendicos, mesmo se a associação não ser citada em nenhum momento pela reportagem.
Segundo Gabriel Vaquer e Li Lacerda, no portal Uol nesta sexta-feira (15) no portal Uol, na sentença, a juíza Daniela Dejuste de Paula, da 29ª Vara Cível de São Paulo, ainda criticou a postura dos profissionais de saúde que fazem parte da associação.
"Causa espanto, no mínimo, que uma entidade como a autora, que deveria concentrar esforços no sentido de defender a saúde, entendida em sentido amplo, atue de maneira temerária em favor de interesses escusos, contrários à coletividade e à própria finalidade. Causa espanto que ainda haja profissionais da saúde dispostos a se valer de informações falsas em detrimento da saúde de seus pacientes".
Na decisão, a juíza ainda condenou a associação "ao pagamento de custas e de despesas processuais, além de honorários advocatícios que fixo em 10% do valor da causa". A indenização pedida pelos médicos bolsonaristas era de R$ 10 mil.