"Vendas da BR e da Braskem são prioridades", diz presidente da Petrobras

Em entrevista ao Valor, Roberto Castello Branco disse que privatização de subsidiárias da Petrobras é "questão apenas de timing" e classificou como "ofensa" acusação de importadores de petróleo de que o governo segura o preço dos combustíveis para conter a inflação

O presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco (Foto: Valéria Gonçalvez/Agência Petrobras)
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Em entrevista André Ramalho, Gabriela Ruddy e Francisco Góes, na edição desta quarta-feira (13) do jornal Valor Econômico, o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, afirmou que a privatização da BR Distribuidora e da Braskem são prioridades para a estatal brasileira do petróleo.

"As vendas da BR e da Braskem são prioridades. No caso da Braskem, se aparecer um comprador estamos dispostos a vender, buscamos compradores. Na BR, o conselho de administração nos autorizou meses atrás, ficamos observando o mercado. Vamos ver, vamos voltar a discutir esse tema. É uma questão apenas de timing, não de decisão. A decisão já foi tomada, assim como da Braskem", afirmou.

Na entrevista, Castello Branco rebate a acusação da Associação Brasileira de Importadores de Combustíveis (Abicom) de que o governo estaria segurando o preço dos combustíveis para conter a inflação. A prática da qual o governo Jair Bolsonaro é acusado foi uma das armas de campanha da oposição, que acusavam a ex-presidenta Dilma Rousseff (PT) de controlar os preços dos combustíveis antes das eleições de 2014.

Castello Branco minimizou a acusação, dizendo que são de "pequenos importadores", e se colocou ao lado de transnacionais do petróleo, como a Ipiranga e a Raízen, que tem como acionistas a brasileira Cosan e a anglo-holandesa Shell. O presidente da Petrobras disse que a acusação é "uma ofensa" para ele, Paulo Guedes, ministro da Economia, e Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central.

"Não existe essa coisa de segurar preços para conter inflação. Isso, profissionalmente, é uma ofensa a mim, ao presidente do Banco Central e ao ministro da Economia. […] Em nenhum momento eu fui pressionado e questionado por ninguém do governo, inclusive pelos responsáveis pela inflação: o presidente do Banco Central, o ministro da Economia, o presidente da República, o ministro das Minas e Energia ao qual a Petrobras responde. Ninguém me pressionou porque sabe que eu não vou atender", disse.

Leia a entrevista na íntegra