O vice-presidente, Hamilton Mourão (PRTB), disse nesta segunda-feira (21) que "não viu nada demais" na reunião do secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, com o chanceler brasileiro, Ernesto Araújo, em Roraima, na última sexta-feira (18), quando o assessor de Donald Trump falou em "tirar [Nicolás] Maduro" do poder na Venezuela.
Para Mourão, as críticas vindas de diversos setores políticos - inlcuindo o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), que considerou uma "afronta" -, ligando principalmente o encontro à campanha eleitoral dos EUA é um desrespeito ao povo estadunidense.
"Não acho [que Pompeo utilizou o Brasil para fazer campanha], campanha política deles tem que ser feita lá dentro dos Estados Unidos. Acho que isso é desconhecer os Estados Unidos e até não respeitar o povo americano, como se o povo americano fosse gado e fosse, vamos dizer assim, ter alguma vantagem do Mike Pompeo ir até lá, não tem nada demais nisso".
Nesta segunda-feira (21), a Comissão de Relações Exteriores do Senado aprovou um convite ao ministro de Relações Exteriores, Ernesto Araújo, para dar explicações sobre o encontro com Pompeo na próxima quinta-feira (24).
Senadores de oposição e partidos de centro consideraram a presença de Pompeo na fronteira de Roraima com a Venezuela um ato de campanha à reeleição de Donald Trump. Além disso, veem a visita como uma ruptura da História do Itamaraty.
Maduro
Nas redes sociais, Nicolás Maduro comemorou o "repúdio" de políticos brasileiros à visita de Pompeo.
"O Sr. Mike Pompeo fracassou em sua viagem bélica pela América Latina, recebeu o repúdio dos setores políticos do Brasil, que rejeitam o uso do território brasileiro como quintal para tentar promover ações de guerra contra a Venezuela. Então eu denuncio".