Uma mansão no Lago Sul de Brasília cedida pelo deputado estadual Guilherme Mussi (PP-SP) - que foi proibido pela Justiça de fazer festas em sua casa em São Paulo durante a pandemia -- foi transformada em um bunker, que está sendo usado pelo genro de Silvio Santos, o ministro das Comunicações Fábio Faria (PSD-RN), e pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, para manter negociatas e tramar contra a ala militar do governo.
Segundo reportagem de André Spigariol na revista Crusoé desta sexta-feira (17), nesta quarta-feira (15), Faria teria se dirigido ao local por duas vezes, com o carro oficial do Ministério.
No almoço, Faria teria marcado uma reunião entre Guedes e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, com a finalidade de "apaziguar" a relação entre os dois. Nos dias que se seguiram, a pauta da reforma tributária foi comentada por Maia e Guedes, que defende a inclusão de uma nova CPMF na proposta.
À noite, Faria teria voltado à mansão com novo rega-bofe em um pequeno comitê, que reunia, entre poucos, Martha Seillier, secretária especial do Programa de parcerias de investimentos do Ministério da Economia, e Daniella Marques, assessora especial de Guedes.
Segundo a reportagem, Faria articula uma conspiração para derrubar o ministro general Luiz Eduardo Ramos da secretaria de Governo de Jair Bolsonaro, alçando para o posto a superassessora de Paulo Guedes.
A proposta já teria sido avalizada tanto por Guedes, quanto por Maia, restando apenas convencer Bolsonaro.
Segundo a reportagem, além das negociatas, a casa abriga ainda festas semanais, quase sempre às quartas-feiras. Casado com Patrícia Abravanel, ex-cunhada de Mussi - que separou-se da irmã, Patrícia -, Faria no entanto negou à revista que participa das festas na mansão.
Atualização às 18h50: A matéria foi alterada após correção promovida pela Crusoé, que afirmava inicialmente que a Fiesp bancava os banquetes na mansão.