Em conversa com a bancada bolsonarista do Centrão nesta terça-feira (14), o ministro da Economia, Paulo Guedes, sinalizou que quer usar o Renda Brasil como álibi para cooptar parlamentares para aprovar a criação de um novo imposto nos moldes da antiga Contribuição Provisória sobre Movimentações Financeiras, a CPMF.
O Renda Brasil é uma proposta de remodelagem de marketing para apagar a memória do Bolsa Família, criado em 2003 no governo Lula (PT).
Em entrevista à coluna Painel, da Folha de S.Paulo, o líder do PP na Câmara, Arthur Lira (AL), que comanda a negociata de cargos de Bolsonaro junto aos políticos do centrão, disse que a ideia de Guedes é usar o discurso de que o novo imposto vai bancar o projeto social do governo.
Avanço neoliberal
Além de recriar a nova CPMF, Guedes já estuda retomar uma série de projetos neoliberais assim que for decretado o fim da pandemia do coronavírus.
Mesmo diante da crise econômica e do desemprego agravado pela Covid-19, o ministro da Economia vai insistir na criação de um regime de capitalização da Previdência, para privilegiar bancos, que ficariam responsáveis para oferecer ao trabalhador um regime própria de aposentadoria aos trabalhadores.
Guedes também vai insistir na proposta de contratação de trabalhadores por hora em regime intermitente. A ideia original era oferecer o modelo de contrato sem férias, 13º salário e Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).
No entanto, técnicos da equipe econômica teriam alertado o ministro pela inconstitucionalidade da medida, que obriga a inclusão dos benefícios.