O ministro da Economia, Paulo Guedes, sugeriu na fatídica reunião ministerial de 22 de abril que o governo leve 1 milhão de jovens aprendizes para os quartéis com um pagamento de R$ 200 por mês a cada um.
"Nós sabemos para onde nós vamos voltar já, já, tá certo? E se o mundo for diferente, nós vamos ter capacidade de adaptação. Por exemplo: eu já tenho conversado com o ministro da Defesa, já conversamos algumas vezes. Quantos? Quantos? Duzentos mil, trezentos mil. Quantos jovens aprendizes nós podemos absorver nos quartéis brasileiros? Um milhão? Um milhão a 200 reais, que é o Bolsa Família, 300, para o cara", disse o ministro.
As declarações sugerem um plano para aproveitar os jovens, a partir da crise gerada pelo coronavírus, como mão de obra barata e ainda enquadrá-los em uma espécie de doutrinação militar de controle do governo federal.
"Faz ginástica, canta o hino, bate continência. De tarde, aprende, aprende a ser um cidadão, pô! Aprende a ser um cidadão. Disciplina, usar o ... usar o tempo construtivamente, pô!", continua Guedes.
O ministro da Economia propôs ainda que os jovens possam ser mão de obra em construções de estradas. "É voluntário para fazer estrada, para fazer isso, fazer aquilo. Sabe quanto custa isso? É 200 reais por mês, 1 milhão de cá, 200 milhões, pô! Joga dez meses aí, 2 bi. Isso é nada!", concluiu Guedes.
O vídeo da reunião foi tornado público nesta sexta-feira (22) por decisão do ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal, em inquérito que investiga a interferência do presidente Jair Bolsonaro na Polícia Federal.