O agora ex-ministro da Saúde Nelson Teich fez um discurso de despedida nesta sexta-feira (15) tão curto quanto sua gestão. Depois de pedir demissão com apenas 28 dias no cargo, ele falou por menos de dez minutos e saiu ser responder perguntas dos jornalistas.
"A vida é feita de escolhas, e eu hoje escolhi sair", afirmou Teich, no início de sua despedida. "Eu dei o melhor de mim nesse período. Não é fácil dirigir o ministério em um momento como esse."
O ex-ministro agradeceu e fez elogios aos profissionais de saúde. Ele também destacou que a gestão da Saúde no país é repartida entre governo federal, estados e municípios, o que pode ser interpretado como um recado para a postura e as intervenções do presidente Jair Bolsonaro.
No entanto, ao contrário de seu sucessor, Luiz Henrique Mandetta, Teich não abordou os atritos que também teve com o presidente entorno do uso ampliado da cloroquina no tratamento do coronavírus e sobre o relaxamento o isolamento.
"Eu agradeço ao presidente Jair Bolsonaro ter me dado a oportunidade de ter atuado no Ministério da Saúde", disse o ex-ministro. "É muito importante para a minha carreira, eu que fui formado pelo sistema público, mas não tinha tido a oportunidade de trabalhar no SUS."
A gestão foi curta, mas Teich fez questão de defendê-la. O ex-ministro destacou que deixa um plano de orientação para os governos estaduais e um amplo programa de testagem, que, segundo ele, será iniciado, embora ainda exista incerteza do que ocorrerá sob o novo comando da pasta.
O ex-ministro também destacou as visitas que fez nas áreas mais atingidas, que "foram muito importantes", voltando a elogiar o valor dos profissionais de saúde que "estão na ponta".
"Aceitei não pelo cargo, mas porque achei que podia ajudar o Brasil e as pessoas", destacou Teich, sobre sua breve passagem pelo Ministério da Saúde.