Enquanto seu perfil no Twitter chamava o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), de "Nhonho", o ministro do Meio Ambiente participava de uma comemoração, regada a muito vinho branco, da concessão do Mirante do Boldró, um dos principais pontos turísticos de Fernando de Noronha, para o empresário Paulo Fatuch, que é sócio do ator Bruno Gagliasso e do bolsonarista Julio Pignatari em outro empreendimento na ilha: a pousada Maria Bonita.
Salles está em visita oficial a Noronha para vistoria técnica do Parque Nacional Marinho em meio à onda de privatizações de parques nacionais pelo governo Jair Bolsonaro. Nesta sexta, o ministro deve fazer ainda uma visita à Escola de Referência em Ensino Médio do Arquipélago.
Privatização
Com cerca de 500 metros, o Mirante do Boldró fica em frente à praia que leva o mesmo nome e é famoso pela visão do pôr do sol.
Por R$ 40.288, Fatuch venceu outros dois candidatos e arrematou a exploração privada da área. Discreto, Fatuch é sócio de Júlio Pignatari, que nas redes compartilha tuítes com críticas de Bolsonaro ao "aparelhamento" da esquerda no poder, como fez em 10 de março.
Foi no Mirante, acompanhado do ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antonio, e do presidente da Embratur, Gilson Machado, que Salles estava quando seu perfil respondeu ao tuíte de Maia, chamando o deputado de Nhonho. Eles viajaram até à ilha em um jatinho da FAB, sem conhecimento do governo estadual, que tem a gerência sob o local.