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Propagado por Jair Bolsonaro, o discurso do fim da política do "toma lá, dá cá" com o legislativo ficou somente nas palavras. Na prática, em seu primeiro ano de governo, Bolsonaro bateu recorde na distribuição de recursos para deputados e senadores aprovarem as medidas de seu governo, incluindo a antipopular Reforma da Previdência, conduzida por Paulo Guedes para agradar ao sistema financeiro.
Segundo reportagem do jornal O Estado de S.Paulo nesta segunda-feira (6), Bolsonaro distribuiu R$ 5,7 bilhões em emendas parlamentares durante o ano, superando o recorde de R$ 5,29 bilhões que haviam sido pagos por Michel Temer em 2018.
Somente no mês de julho, quando foi aprovada a reforma da Previdência, mais de R$ 3 bilhões foram empenhados para pagamento aos deputados. O valor só foi superado em dezembro, quando as lideranças de partidos aliados no Congresso ameaçaram não aprovar o orçamento caso Bolsonaro não pagasse o que havia prometido nos meses anteriores.
O resultado foi o empenho de mais R$ 3,57 bilhões e o pagamento de R$ 1,27 bilhão até 28 de dezembro.
Dos recursos liberados por Bolsonaro via emenda parlamentar em 2019, 95% são relacionados a gastos com saúde – R$ 5,4 bilhões. A área é a única que, pela lei, tem destinação obrigatória por parte dos deputados e senadores. Entre as ações que mais tiveram dinheiro liberado no ano passado estão também obras rodoviárias, como a manutenção de trechos na região Norte e a reforma de adequação da BR-116, entre Pelotas e Porto Alegre, no Rio Grande do Sul