TCU analisa se Bolsonaro usa dinheiro de propaganda para imobilizar críticas, em uma forma de censura

Bolsonaro pagou R$ 915 mil por quatro elogios do apresentador Ratinho, do SBT, à reforma da Previdência e tem privilegiado a TV Record, de Edir Macedo, com dinheiro de propaganda do governo. Secom, comandada por Fabio Wajngarten, é o foco da corrupção

Bolsonaro e Ratinho (Divulgação)
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O Tribunal de Contas da União (TCU) vai analisar, em um capítulo à parte, a responsabilidade de Jair Bolsonaro sobre o direcionamento de verbas publicitárias para apoiadores do governo. Bolsonaro pagou R$ 915 mil por quatro elogios do apresentador Ratinho à reforma da Previdência. Outras "celebridades" do SBT e Record receberam dinheiro para fazer propaganda da reforma. Segundo a coluna de Mônica Bergamo, na edição desta quarta-feira (29) da Folha de S.Paulo, o objetivo do TCU é investigar se Bolsonaro tem usado as verbas de publicidade para imobilizar críticas contra ele, em uma forma de censura. Essa é a primeira vez que um presidente da República será alvo de investigação sobre atuação direta no direcionamento de verbas publicitárias do governo. O Secretário de Comunicação, Fabio Wajngarten, está sendo investigado no TCU por direcionar os recursos da área para clientes da sua empresa, a FW Comunicação, como as TVs Record e Bandeirantes. O MPF também solicitou à Polícia Federal a abertura de um inquérito criminal para apurar suspeitas de corrupção passiva, peculato e advocacia administrativa. Relatórios do TCU mostram que a Record, do bispo Edir Macedo, foi a que mais viu aumentar as receitas do governo federal, enquanto a Globo, "inimiga" de Bolsonaro, teve queda no repasse.