Eu tou acostumado a ler bad takes históricos por parte do bolsonarismo, mas esse é um dos mais inovadores que eu já vi! Depois do choque inicial, vamos transformar essa imbecilidade em teachable moment. https://t.co/rm1ZWLKlrW
— Thiago Krause (@ThiagoKrause2) September 29, 2019
“Mais avançada tecnologia da época” - no século XIX, a historiografia nacionalista liberal portuguesa inventou a Escola de Sagres, uma academia científica que teria produzido as inovações que explicariam o pioneirismo português na expansão. O problema é que ela nunca existiu!
— Thiago Krause (@ThiagoKrause2) September 29, 2019
Os historiadores oitocentistas só queriam inserir Portugal no rol das nações modernas, enfatizando o único argumento que os lusos tinham pra reivindicarem um lugar de destaque a história mundial: a expansão. Isso foi elevado ao paroxismo pelo salazarismo e copiado aqui. pic.twitter.com/LIbAXtIK5y
— Thiago Krause (@ThiagoKrause2) September 29, 2019
Há alguma discussão recente sobre a ciência ibérica (ainda que mais hispânica) e debates sobre quão inovadores foram os navegadores portugueses, mas é certo que muito foi tomado dos árabes e grande parte do restante foi um conhecimento prático. https://t.co/iwLMhl7tCX
— Thiago Krause (@ThiagoKrause2) September 29, 2019
Mas o esquisito mesmo é “o país nascia pelo empreendedorismo” - WTF? As capitanias eram um expediente utilizado pela Coroa desde meados do século XIV nas ilhas atlânticas, em que eram concedidos direitos senhoriais em troca de investimento privado. Eram mais arcaicas que modernas pic.twitter.com/9wFCM4Bl4Y
— Thiago Krause (@ThiagoKrause2) September 29, 2019
Em termos econômicos, foram um fracasso, menos por descaso dos donatários como geralmente se diz e mais por causa da resistência indígena às tentativas iniciais de escravização. O sucesso de SP e PE teve mais a ver, portanto, com o estabelecimento de alianças com etnias indígenas pic.twitter.com/l276RxrZiN
— Thiago Krause (@ThiagoKrause2) September 29, 2019
Elas ajudaram a fortalecer a reivindicação portuguesa ao território, mas a conquista efetiva se consolidou com a ação assassina dos governadores-gerais nomeados pela Coroa a partir de 1549, fundamentais também para impulsionar a indústria açucareira. pic.twitter.com/Ru4xOlV7Qx
— Thiago Krause (@ThiagoKrause2) September 29, 2019
O pior, evidentemente, é falar no “melhor das nossas origens” - a conquista foi violenta, escravocrata e etnocida. Não deixa de ser coerente, porém, que esse governo ache isso bom, né? Enfim, Mourão, vem fazer meu curso de História do Brasil I e para de tuitar besteira. — Thiago Krause (@ThiagoKrause2) September 29, 2019