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Anunciado nesta segunda-feira (5), o coronel da Aeronáutica da reserva Darcton Policarpo Damião será o novo diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). O militar irá substituir Ricardo Galvão, demitido na sexta-feira (2) depois de divulgar dados sobre o desmatamento da Amazônia e rebater publicamente as críticas do presidente Jair Bolsonaro (PSL) sobre a divulgação.
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Em entrevista a Tânia Monteiro, do jornal O Estado de S.Paulo, Damião apontou "teoria da conspiração" ao ser questionado sobre a ideia de que dados de desmatamento poderiam ser censurados. Para o novo chefe do Inpe, "nenhum dado de imagem é absolutamente preciso", mas que vê o órgão como "um fornecedor de informações valiosas".
Damião foi indicado pelo ministro da Ciência e Tecnologia Marcos Pontes, que o conhece há mais de 30 anos. Em seu currículo lattes, o coronel apresenta mestrado pelo próprio Inpe e doutorado em Desenvolvimento Sustentável pela Universidade de Brasília (UnB). Atualmente, ele ministra aulas no Instituto de Tecnologia Aeronáutica (ITA).
Na mesma entrevista, Damião confirmou que, quando assumir o cargo, deverá enviar previamente as informações recolhidas pelo Inpe para validação do presidente. “É a questão do copo meio cheio, ou meio vazio”, comentou. “Se tem uma notícia, não custa preparar".
Com relação ao monitoramento do desmatamento, o ministro Marcos Pontes disse em entrevista nesta manhã à Rádio Eldorado que o sistema do Inpe será alterado, "de modo a atender melhor o cliente final", referindo-se ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), que responde ao Ministério do Meio Ambiente. “Todo problema começou com o uso incorreto dos dados do Inpe. Os dados do Deter (Sistema de Detecção do Desmatamento na Amazônia Legal em Tempo Real) são crus, não podem ser divulgados imediatamente.”
No entanto, especialistas da área ambiental rebateram o governo e afirmaram que o Deter mostra a real tendência de aumento, com precisão de cerca de 90%. De acordo com os dados divulgados na gestão de Ricardo Galvão, os alertas do desmatamento no Brasil registraram alta de 88% em junho e de 212% em julho, comparando com os mesmos meses do ano passado.