Escrito en
POLÍTICA
el
O jornalista Rubens Valente, na edição desta sexta-feira (5) da Folha de S.Paulo, trouxe à tona uma declaração de Jair Bolsonaro, durante viagem ao G20, no Japão, que foi escondida pela grande imprensa e que mostra que o conluio entre ele e Sergio Moro continua após o ex-juiz da Lava Jato ser alçado ao Ministério da Justiça.
Inscreva-se no nosso Canal do YouTube, ative o sininho e passe a assistir ao nosso conteúdo exclusivo
Em entrevista coletiva no Japão, no dia 28, Jair Bolsonaro disse que o ministro Sergio Moro lhe deu acesso privilegiado a dados do inquérito sobre os laranjas do PSL: "Ele [Moro] mandou a cópia do que foi investigado pela Polícia Federal pra mim. Mandei um assessor meu ler porque eu não tive tempo de ler", disse Bolsonaro.
A declaração teria sido feita no dia 28 de junho, após a prisão de um assessor especial e dois ex-assessores do ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, em razão de investigação sobre candidaturas de laranjas do PSL na eleição de 2018.
Na ocasião, Bolsonaro minimizou o fato e disse que determinou à Polícia federal uma investigação com o mesmo foco contra todos os partidos.
"Determinei à PF que investigue todos os partidos onde candidatas receberam quantidades enormes e tiveram votos mínimos. Tem que valer para todo mundo. Não ficar fazendo pressão em cima do PSL para tentar me atingir", afirmou em entrevista coletiva, dizendo haver casos tão ou mais graves em outras legendas.
Substância
Em entrevista nesta terça-feira (2), Bolsonaro disse que "falta substância" às denúncias contra o PSL e defendeu o ministro, dizendo que "não há nada contra ele".
Os assessores de Antônio que foram presos são Mateus Von Rondon, considerado o mais ligado ao ministro, Roberto Soares e Haissander de Paula, todos suspeitos dos crimes de falsidade ideológica eleitoral, apropriação indébita de recurso eleitoral e associação criminosa.
Haissander Souza de Paula foi acusado por uma das candidatas do PSL de Minas Gerais que testemunham sobre o esquema de candidaturas laranja de tê-la ameaçado com arma de fogo para obrigar devolução de verba que havia sido destinada à campanha.