Bolsonaro volta a atacar filme Bruna Surfistinha: "Não posso admitir dinheiro público para pornô"

O filme que conta a história de vida da ex-prostituta tem sido alvo de ataques do presidente em meio às mudanças que ele quer colocar em prática na Ancine; a própria Bruna Surfistinha já disparou contra Bolsonaro: "Deveria cuidar mais da moral da própria família"

Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
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O presidente Jair Bolsonaro voltou, nesta segunda-feira (22), a falar sobre o filme "Bruna Surfistinha", obra que escolheu para desqualificar ao defender mudanças na Agência Nacional de Cinema. Em entrevista, o capitão da reserva disse que não pretende censurar o filme, que foi lançado em 2011 e já ganhou, inclusive, prêmios de cinema. Ele afirmou, porém, que não pode admitir que "filme pornô" seja financiado com dinheiro público. Na última quinta-feira (19), após as primeiras declarações do presidente sobre o assunto, a própria empresária Raquel Pacheco, que usava o nome de Bruna Surfistinha quando fazia programa, se manifestou. "Sobre mais uma infeliz declaração do Bolsonaro, eu digo que ele, antes de fazer juízo de valor sobre os outros, deveria cuidar da moral da própria família. E ainda do nosso país. Afinal, ele está cuidando demais do que não precisa e fazendo pouco o dever dele principal: que é ser presidente”, disse. A atriz que interpretou a ex-garota de programa no filme, Deborah Secco, também reagiu. "Fico um pouco chocada porque o filme retrata uma história real não só da Raquel, mas de outras milhares de mulheres que se encontram nessa situação”, afirmou a atriz. “O que a gente queria com o filme era debater e falar sobre como nós, como a população, lida com essa realidade”, disse.