Em entrevista a Carolina Linhares e Joelmir Tavares na edição deste domingo (18) da Folha de S.Paulo, Celso Russomanno (Republicanos) terceirizou para Elsinho Mouco, marqueteiro de Michel Temer e responsável pela estratégia de colar sua imagem à de Jair Bolsonaro na disputa à prefeitura de São Paulo, a resposta à uma indagação sobre a alta taxa de rejeição - de 46% - na cidade.
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Perguntado se a rejeição do presidente o preocuparia, Russomanno apontou para Elsinho e disse: "Pode falar". A resposta do marqueteiro foi que "a rejeição do Bruno [Covas] caiu, e ele não assumiu o padrinho, [o governador João] Doria, que é rejeitado. Todas as pesquisas dizem: a rejeição do Lula, Doria e Bolsonaro é altíssima. E foi uma opção: nós já apresentamos o padrinho, o aliado, de cara. Assumimos o risco de ter rejeição. Mas não estamos olhando pela rejeição, e sim pela aceitação". A resposta teve a anuência de Russomanno: "É isso".
Na entrevista, Russomanno também revelou o motivo de ser o único candidato a não assinar manifesto em favor de debates eleitorais em SP.
Dizendo ser "amigo desde 1995" de Bolsonaro, ele afirmou que não teme "entrar na máquina de moer do governo", mas se negou a responder questões como "rachadinhas, caso Queiroz, cheques para a primeira-dama", que estariam atravancando a campanha de candidatos bolsonaristas, como é o caso de Marcelo Crivella (Republicanos), no Rio.
"Isso não é assunto. Desculpa. Vamos voltar?", respondeu.
Os entrevistados então perguntaram se ele pode "pular desse barco [do governo Bolsonaro] em algum momento". "Desculpa, desculpa. Em primeiro lugar, isso não é problema da cidade de São Paulo. E nem vou discutir esse assunto", repetiu quatro vezes.
Russomanno também se negou a responder sobre temas que foram levados para a campanha de 2019 pela horda bolsonarista, como "aborto, casamento gay, ideologia de gênero". "Não vou discutir. Isso não é assunto que diz respeito à cidade de São Paulo", retrucou.
Bate-boca
Na sequência da entrevista, transcrita no jornal, Russomanno iniciou um bate-boca com os repórteres, que afirmam fazer a ponte sobre assuntos que os eleitores querem saber. "Mas quem quer saber é você, não é o eleitor", reclamou Russomanno.
Russomanno ainda se negou a responder se "é o candidato da Igreja Universal" - "Essa questão religiosa não diz respeito à administração pública" - e se irritou ao ser indagado se conhecia Edir Macedo. "Posso dizer uma coisa? Esse assunto para mim está encerrado. Não vou discutir religião".
Sobre a fuga dos debates, o candidato bolsonarista foi irônico sobre sua "força" em cancelar debates nas emissoras Record, SBT e Rede TV - "Que força eu tenho, hein? [irônico] Puxa vida, meu Deus, estou podendo [risos]" - e prometeu apenas ia a debates no segundo turno. "Todos. Todos".