A Procuradoria-Geral da República (PGR) e o Supremo Tribunal Federal (STF) mostraram-se lentos para tomar as medidas cabíveis contra a deputada federal bolsonarista Carla Zambelli (PL-SP), cuja condenação e posterior evasão do país expuseram falhas na atuação desses dois órgãos. A demora em agir permitiu que a extremista escapasse, fugindo para o exterior após sua condenação a 10 anos de cadeia pela Corte.
Agora, no fim da tarde desta terça-feira (3), procurador-geral da República, Paulo Gonet, apresentou ao STF um pedido de prisão preventiva de Zambelli e uma solicitação para que seu nome seja incluído na lista de difusão vermelha da Interpol.
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"Não se trata de antecipação do cumprimento da pena aplicada à ré, mas de imposição de prisão cautelar, de natureza distinta da prisão definitiva, com o fim de assegurar a devida aplicação da lei penal”, diz o trecho do pedido enviado pela PGR ao STF.
Além disso, a PGR solicitou o sequestro e a indisponibilidade dos bens da parlamentar, bem como a suspensão imediata de seu passaporte, que deve ser comunicada a outros países para impedir sua circulação.
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Condenação por unanimidade e fuga para os EUA
Carla Zambelli foi condenada há cerca de 20 dias pela Primeira Turma do STF a uma pena de 10 anos de prisão, em regime inicialmente fechado, por invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Apesar da gravidade da sentença, a parlamentar conseguiu deixar o Brasil no último dia 25, atravessando a fronteira com a Argentina. De Buenos Aires, ela seguiu para os EUA, país onde afirmou estar para tratamento médico, anunciando que se afastaria do mandato. Ela disse que não voltará mais ao Brasil. Ou seja, fugiu da Justiça.
Durante as investigações, Zambelli chegou a ter seu passaporte apreendido, porém o documento foi devolvido, sem que ela tivesse qualquer restrição formal para deixar o país. Essa falha administrativa contribuiu diretamente para sua evasão.