O presidente Luiz Inácio Lula da Silva visitou na tarde desta quinta (26/6) a Favela do Moinho, na região central da capital paulista, para anunciar e assinar uma solução habitacional para as 900 pessoas que lá vivem.
O Governo Federal vai garantir R$ 180 mil para cada família poder comprar um imóvel e R$ 1 mil mensais para o aluguel provisório, enquanto as novas casas não forem adquiridas. Para a compra dos novos imóveis, o governo estadual paulista vai contribuir com R$ 70 mil, somando R$ 250 mil.
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Naquele local, o governo paulista pretende construir um parque. Para tanto, houve tentativas recentes de desalojar as famílias, com ações policiais que, segundo denúncias de representantes da comunidade e de registros da imprensa, envolveram violência.
Por mais que seja bonito um parque, ele não pode ser feito às custas do sofrimento de um ser humano", disse Lula, dirigindo-se à comunidade, reunida em uma quadra de futebol de salão, no centro da favela.
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"É importante que as pessoas que querem visitar esse parque e brincar e passar domingo nesse parque, não venham pisotear sangue de pobres que aqui foram agredidos. [Nós] vamos fazer com decência e com muita dignidade", completou o presidente.
Lula estava acompanhado da primeira-dama Janja e de um grupo de ministros. Antes de se dirigir ao público reunido na quadra, Lula visitou casas e conversou com moradores e lideranças comunitárias.
A ministra da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, antecendendo a fala de Lula, explicou que aquela área onde está a favela não tinha propriedade definida, em função de disputas judiciais com a antiga companhia que operava a estrada de ferro. Um trecho da linha de trem passa próximo à favela.
Recentemente, foi reconhecida judicialmente a propriedade da União, o que permitiu que o atual Governo Federal decidisse doar a área para o governo paulista, liberando-a para a pretendida construção do parque.
No entanto, segundo afirmou Lula, o Governo Federal só vai efetivar a transferência do terreno quando o acordo com as autoridades estaduais estiver cumprido e condições dignas de mudança de endereço dos moradores estiveram garantidas.
"Quando estiver tudo pronto, tiver certa casa que vocês vão comprar, tiver certo aluguel que você tem que pagar antes do apartamento de vocês saírem, aí a gente faz a cessão definitiva para o governo do Estado", disse Lula.
Saem bomba e cassetete, entram diálogo e solução
A líder comunitária Flávia da Silva, que falou em nome dos moradores, disse que ela e seus vizinhos "apanharam", referindo-se à violência policial, mas que venceram. "A repressão policial que a gente passou aqui, a opressão. Não houve diálogo, houve agressão", disse ela, completando que "a polícia que o Tarcísio [de Freitas, governador] mandou aqui não foi para nos defender".
Segundo Flávia, "foi por isso que a gente pediu 'socorro, presidente Lula', senão a gente ia ser massacrado aqui dentro".
Assista à cerimônia: