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Adeus, Bolsonaro? PL trabalha substituto para disputar eleição presidencial

Inelegível e diante da possível prisão de Bolsonaro, o Partido Liberal já se articula para montar sua chapa para 2026

Adeus, Bolsonaro? PL trabalha substituto para disputar eleição presidencial.Créditos: Reprodução redes sociais
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Inelegível e diante da possibilidade de prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro, o PL tem iniciado movimentações internas para definir quem ocupará o lugar do ex-mandatário na disputa presidencial de 2026. As informações são do portal UOL.

Segundo o alto escalão do partido, há atualmente uma ala que defende uma chapa formada pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e pela ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. A justificativa é que a dupla reuniria o “lado técnico” (Tarcísio) e o “forte nos costumes” (Michelle), segundo interlocutores ouvidos pelo UOL.

Outra corrente, no entanto, sustenta que o PL só deve se mobilizar em torno do nome indicado por Jair Bolsonaro. Entre os possíveis “apadrinhados”, o mais forte até o momento seria o deputado federal Eduardo Bolsonaro, que está licenciado e atualmente vive nos Estados Unidos.

Além das articulações em torno da chapa presidencial para 2026, o PL também discute estratégias caso Bolsonaro venha a ser condenado e preso pelo Supremo Tribunal Federal. A ideia é explorar o discurso de “preso político” e convocar manifestações em todo o país.

Bolsonaro faz dobradinha com a Veja e usa reportagem sobre Cid para tentar anular delação
 

Em uma dobradinha escancarada com a revista Veja, que há duas semanas lançou a candidatura de Eduardo Bolsonaro (PL) ao Planalto, Jair Bolsonaro (PL) anunciou na manhã desta sexta-feira (13) que vai tentar anular a delação de seu ex-ajudante de ordens, o tenente-coronel Mauro Cid, que é alvo de novo mandado de busca e apreensão e prestará depoimento à Polícia Federal.

LEIA TAMBÉM: A reportagem da Veja e a nova ordem de prisão de Mauro Cid

"Essa delação deve ser anulada. Braga Netto e os demais devem ser libertados imediatamente. E esse processo político disfarçado de ação penal precisa ser interrompido antes que cause danos irreversíveis ao Estado de Direito em nosso país", bradou Bolsonaro nas redes.

Na reportagem, a revista Veja diz que Cid mentiu no depoimento a Alexandre de Moraes e mostra prints de conversas do perfil @gabrielar702 em uma rede social.

O perfil chegou a ser citado pelo advogado de Bolsonaro, Celso Villardi, ao interpelar Cid durante o julgamento nesta semana no Supremo. Ele perguntou se o militar conhecia. Cid respondeu que “não sabia se era o perfil da esposa”, mas reconheceu que Gabriela é o nome dela.

Nas conversas, atribuídos a Cid pela Veja e pela defesa de Bolsonaro, o perfil diz que "não precisa de prova!!! Só de Narrativas!!!! E quando falam de provas… Metem os pés pelas mãos" falando sobre a delação.

O perfil ainda afirma que “AM é o cão de ataque”, sobre Alexandre de Moraes, “Barroso é o iluminista pensador”, sobre o presidente da corte. E arremata: “Quem executa é o AM”.

"As mensagens de Mauro Cid divulgadas pela Revista Veja escancaram o que sempre dissemos: a “trama golpista” é uma farsa fabricada em cima de mentiras. Um enredo montado para perseguir adversários políticos e calar quem ousa se opor à esquerda", diz Bolsonaro na publicação em que pede a anulação da delação.

"Isso não é justiça. É perseguição. É uma caça às bruxas contra mim e contra os milhões de brasileiros que eu represento. Um processo movido por vingança, não por verdade", segue o ex-presidente, falando em "escalada autoritária". 

Busca e apreensão

Cid foi alvo de uma nova ordem de prisão nesta sexta-feira (13), pouco depois da prisão do ex-ministro do Turismo Gilson Machado. No entanto, minutos depois, o Supremo Tribunal Federal (STF) revogou a prisão de Cid, que deverá prestar depoimento à Polícia Federal às 11h.

A investigação apura uma tentativa de obstrução de Justiça por parte de Gilson Machado, que teria tentado obter um passaporte português com o objetivo de facilitar a fuga de Cid do Brasil.

A ordem de prisão de Cid havia sido determinada pelo STF, e ele já estava sendo conduzido pela PF à prisão quando a decisão foi revogada, a pedido de sua defesa. Os advogados do ex-ajudante de ordens reconhecem que ele tentou obter cidadania portuguesa em janeiro de 2023, logo após os atos golpistas em Brasília, mas alegam que Cid não tinha conhecimento da suposta iniciativa de Gilson Machado, que teria agido por conta própria.

Prisão de Gilson Machado 

Ex-ministro do Turismo do governo Jair Bolsonaro, o "sanfoneiro" Gilson Machado Neoto foi preso na manhã desta sexta-feira (13) pela Polícia Federal.

Machado Neto é investigado pela Polícia Federal por tentar obter um passaporte português para o tenente-coronel Mauro Cid, réu por participação em articulações golpistas no país. A Procuradoria-Geral da República concordou com o pedido e apontou que há indícios de tentativa de obstrução da Justiça. 

Segundo os investigadores, o ex-ministro teria procurado o Consulado de Portugal em Recife, sua cidade de residência, para viabilizar o documento europeu com o objetivo de permitir que Cid deixasse o Brasil. Embora a tentativa não tenha tido êxito, a PF levantou a hipótese de que Machado possa ter buscado outras representações diplomáticas com a mesma finalidade.

Além do episódio de maio deste ano, a corporação lembrou que, em janeiro de 2023, antes da primeira prisão de Mauro Cid, houve procura por uma assessoria especializada em obtenção de cidadania portuguesa, o que reforça a suspeita de uma estratégia para fuga do país.

A PGR avalia que, caso confirmadas, as ações podem configurar favorecimento pessoal e tentativa de interferência nas investigações que envolvem a chamada trama golpista e outros desdobramentos, como o caso das joias e a apuração sobre uma estrutura clandestina na Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
 

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