Na disputa para assumir o posto de candidato anti-Lula da Terceira Via em 2026, os governadores Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos), de São Paulo, e Ronaldo Caiado (União), de Goiás, serão as estrelas, ao lado dos presidentes do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, e da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB) de evento da revista Veja, em Nova York, patrocinado pelo empresário Ricardo Magro, dono da refinaria Refit, considerado pela Polícia Civil paulista como "o maior sonegador de impostos do Brasil".
O Fórum Brazil Insights será promovido pela revista Veja no hotel de luxo St. Regis, em Nova York, no dia 13 de maio e contará com outros representantes da chamada terceira via, como o governador Cláudio Castro (PL), do Rio de Janeiro; o senador Ciro Nogueira, presidente do PP e ex-ministro da Casa Civil do governo Jair Bolsonaro; o empresário Wesley Batista, da JBS, e Fernando Honorato, economista chefe do Bradesco.
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A ministra do Planejamento Simone Tebet, que concorreu ao Planalto contra Lula em 2022, antes de apoiar o petista no segundo turno, também foi confirmada como palestrante no evento, que será transmitido pela Veja.
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Segundo a publicação, detratora contumaz de Lula, o evento "pretende traçar um panorama dos principais temas de política, economia e direitos que podem impulsionar as relações internacionais do Brasil e parcerias comerciais, em um momento de enfraquecimento do multilateralismo e transformação do ambiente de negócios global pelo protecionismo adotado pelo presidente Donald Trump".
Maior sonegador do Brasil
Patrocinador master do evento da Veja, a Refit (Refinaria de Manguinhos) vai custear passagens, hospedagens e todo consumo dos convidados. Somente o valor da diária no luxuoso hotel St. Regis, localizada na famosa 5ª Avenida no coração de Nova York, ultrapassa os R$ 10 mil.
A Refit pertence a Ricardo Magro, que em dezembro de 2024 foi alvo de uma operação da Polícia Civil de São Paulo. Segundo a investigação, ele seria o pivô de um suposto esquema de sonegação e lavagem de dinheiro que teria utilizado 188 empresas para cometer crimes fiscais.
A investigação começou com a apreensão de um caminhão que transportava cocaína no Pari, na Zona Leste da capital, no ano passado.
O veículo pertencia à Transportadora Rawa, que teria pago um valor suspeito para um posto de gasolina na Marginal do Tietê, do qual o dono, Aristeu Braz da Veiga Júnior, teria negócios com Vinicius Gritzbach - delator do PCC que foi executado no dia 8 de novembro no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos.
Em nova operação no posto de gasolina, a polícia encontrou contratos suspeitos com fornecedores de combustíveis e pagamentos suspeitos a diversas empresas ligadas a Ricardo Magro.
Vivendo em Miami há cerca de 10 anos, Magro atuou como advogado do ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PRD), e foi esteve preso em 2016 no presídio de Bangu (RJ), acusado de ter desviado mais de R$ 90 milhões do fundo de pensão dos Correios e da Petrobras. Antes, ele tentou fugir e entrou na lista da Interpol
Em recuperação judicial e dando prejuízos consecutivos há pelo menos 16 anos, as empresas do Grupo FIT não recolheram R$ 7,4 bilhões no estado de São Paulo e outros R$ 8,2 bilhões no Rio de Janeiro. É esse imposto não recolhido que mantém as operações da empresa.
Dados de abril deste ano mostram que o endividamento chega a R$ 203 bilhões. Em outubro do ano passado, o total estimado estava em R$ 170 bilhões. Desse montante, R$ 87 bilhões se referem a dívidas federais.
Os demais R$ 117 bilhões são dívidas relativas ao Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). No estado de São Paulo, os devedores contumazes deixaram um rombo de R$ 45 bilhões. Já no estado do Rio de Janeiro, as dívidas com ICMS chegam a R$ 41 bilhões.