O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal, deu uma resposta avassaladora na tarde desta quarta-feira (7) ao colega de Corte, o ministro bolsonarista André Mendonça, que certamente entrará para a história do Judiciário brasileiro. A "demolição" foi no plenário do STF, com a elegância e a educação habituais de Dino, mas que surtiu um verdadeiro efeito bomba em quem assistia ao vivo à sessão pela TV Justiça.
Mendonça defendia uma esdrúxula tese de que qualquer pessoa pode sair chamando um político, ou até mesmo um ministro do STF, assim como os demais servidores públicos do país, de “ladrão”, sem compromisso algum com a verdade, apenas para ofender, já que na ótica dele dizer que alguém é ladrão "não é um fato específico".
“Se o cidadão não puder chamar um político de ladrão...”, disse o bolsonarista.
Dino adiantou-se e retrucou: “e ministro do Supremo pode?”. Mendonça continuou defendendo o absurdo: “Eu não sou distinto dos demais”.
O que veio na sequência foi uma verdadeira aula de Direito e de bom senso por parte do integrante mais novo do STF, que arrasou com o companheiro de tribunal com sua argumentação.
“Nós não estamos falando em liberdade de expressão. Cercear direito de crítica a servidores públicos, magistrado, membros do MP. Direito de crítica é uma coisa e outra coisa é cometimento de crime. A leniência de tratamento faz com que tenhamos até dentro do plenário da câmara ofensa contra servidores públicos. Critica a pessoa que alguém vende sentença não é liberdade de expressão, isso e difamação. Quero me alinhar também manifestação de Flavio dino não acho que alguém pode me chamar de ladrão. As pessoas têm que saber limite da crítica. A impunidade em relação aos crimes contra a honra gera automaticamente possibilidade de agressões, o criminoso se sente incentivado, se visa a proteção institucional”, disparou.
Veja o vídeo abaixo num dos perfis bolsonaristas que ainda conseguiram encontrar uma "vitória" de Mendonça no episódio humilhante:
