O deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) publicou, nesta quarta-feira (7), um vídeo em que manipula as informações disponíveis sobre o caso INSS, com o objetivo de dar a entender que o esquema teve início e se fortaleceu no governo Lula (PT).
Por exemplo, em determinado momento do vídeo, Nikolas Ferreira mente ao afirmar que "o sindicato do irmão do Lula", Frei Chico, estava sendo investigado. No entanto, essa informação caiu por terra após a divulgação de um relatório da investigação que lista as organizações envolvidas — e o Sindnapi, sindicato supostamente ligado ao “irmão do Lula”, não está entre elas.
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Diante desse cenário, o PT publicou um vídeo em que desmonta as desinformações propagadas por Nikolas Ferreira. De acordo com a investigação da Polícia Federal, o esquema de roubo no INSS começou em 2019, ou seja, durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (2019–2022) — um detalhe que Nikolas Ferreira omite em seu vídeo.
A investigação da PF também revela que a maioria das organizações envolvidas no esquema foi contratada durante o governo Bolsonaro. Esse ponto também foi ignorado por Nikolas Ferreira.
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O levantamento da PF conclui que, durante os quatro anos de governo do ex-presidente, nada foi feito para desmantelar o esquema de corrupção no INSS.
Confira no vídeo abaixo:
Sindnapi, do irmão de Lula, não está entre 12 entidades investigadas pelo INSS
A Corregedoria-Geral do INSS abriu investigação contra 12 entidades que são suspeitas de terem envolvimento no esquema de descontos ilegais em folha de pagamento de aposentados e pensionistas, que teria desviado até R$ 6 bilhões, e na lista, publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta segunda-feira (5), não está o Sindnapi (Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos), que tem como vice-presidente Frei Chico, irmão do presidente Lula (PT). Desde que o escândalo veio à tona, setores da imprensa comercial e a extrema direita se esforçam para ligar o sindicalista, e por consequência o estadista que é seu irmão, ao caso.
Na publicação do DOU onde constam os despachos do corregedor-geral substituto do INSS, José Alberto de Medeiros Landim, são citadas as entidades Associação de Suporte Assistencial e Beneficente para Aposentados Servidores e Pensionistas do Brasil (Asabasp); Appn Benefícios (Aapen, ex-Absp); Associação dos Aposentados e Pensionistas dos Regimes Geral da Previdência Social (AAPPS Universo); Associação dos Aposentados e Pensionistas do Brasil (AAPB); Associação Brasileira dos Aposentados Pensionistas e Idosos (Asbrapi); Centro de Estudos dos Benfícios dos Aposentados e Pensionistas (Cebap); União Nacional de Auxílio aos Servidores Públicos (Unaspub); Associação no Brasil de Aposentados e Pensionistas da Previdência Social (Apbrasil); Associação de Aposentados Mutualista para Benefícios Coletivos (Ambec); Confederação Brasileira dos Trabalhadores da Pesca e Aquicultura (CBPA); Caixa de Assistência aos Aposentados e Pensionistas (Caap) e Associação de Proteção e Defesa dos Direitos dos Aposentados e Pensionistas (Apdap Prev/Acolher).
Nas redes bolsonaristas e em publicações diárias em portais noticiosos na internet, um suposto envolvimento de Frei Chico e do Sindnapi, uma instituição com 25 anos e filiada à Central Força Sindical, vem sendo ventilado há dias. As insinuações e ilação, que invariavelmente citam o presidente Lula, por conta de seu grau de parentesco com o vice-presidente da instituição, ignoram o fato de que nenhum dos dois mencionados são investigados, mesmo após a declaração do diretor-geral da Polícia Federal, delegado Andrei Rodrigues, confirmar a informação.
Com mais de 300 mil filiados e subsedes espalhadas por todo o Brasil, o Sindnapi, que oferece assistência jurídica, de saúde e ocupacional a seus associados, já havia denunciado ao Conselho Nacional da Previdência Social, ainda em 2017, indícios de descontos de caráter irregular nos benefícios de aposentados e pensionistas do INSS estavam sendo realizados por associações que não exerciam qualquer tipo de ação em prol dessa camada da população.