Nas 13 páginas endereçadas ao presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, o Procurador-Geral da República (PGR), Paulo Gonet, afirma de forma enfática que Eduardo Bolsonaro (PL-SP) "se dedica com denodada diligência, o intuito de impedir, com a ameaça, o funcionamento pleno dos poderes constitucionais do mais alto tribunal do Poder Judiciário, da Polícia Federal e da cúpula do Ministério Público Federal, com isso atentando contra a normalidade do Estado democrático de direito".
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"O sr. Eduardo Bolsonaro divulga fartamente notícias dessa sorte em veículos de imprensa nacionais, como se vê deste exemplo: 'Minha qualidade de vida melhorou. Mas, continuo indo com muita frequência a Washington e Miami para fazer essas tratativas porque minha missão prioritária aqui é sancionar o Alexandre de Moraes'", escreve Gonet, citando reportagem da Fórum sobre o tema.
Na peça, em que pede a abertura de um inquérito para investigar a conspiração contra o Brasil levada a cabo pelo filho de Jair Bolsonaro (PL) nos EUA, o PGR pede que a Polícia Federal (PF) realize "monitoramento e preservação de conteúdo postado nas redes sociais do sr. Eduardo Bolsonaro, que guarde pertinência com o exposto nesta petição" e abre espaço para que o deputado preste "esclarecimentos úteis para os fins do inquérito".
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"Sugiro que a digna Polícia Federal encaminhe a notificação aos endereços eletrônicos de que dispuser ligados ao sr. Eduardo Bolsonaro, sabendo-se que ele se encontra fora do Brasil, mas está em permanente contato e uso dos meios eletrônicos de comunicação", afirma o PGR.
Gonet ainda pede que Bolsonaro, o pai, "preste esclarecimentos a respeito dos fatos, dada a circunstância de ser diretamente beneficiado pela conduta descrita e já haver declarado ser o responsável financeiro pela manutenção do sr. Eduardo Bolsonaro em território americano".
Gonet acatou a ação protocolada por Lindbergh e pediu autorização ao Supremo Tribunal Federal (STF) para dar início à investigação contra a conspiração realizada por Eduardo Bolsonaro nos EUA para sancionar Alexandre de Moraes e outros membros do poder judiciário brasileiro.
"As evidências conduzem à ilação de que a busca por sanções internacionais a membros do Poder Judiciário visa a interferir sobre o andamento regular dos procedimentos de ordem criminal, inclusive ação penal, em curso contra o sr. Jair Bolsonaro e aliados", diz a PGR.
Como principal beneficiário do levante conspiracionista, Jair Bolsonaro deve ser convocado para explicar a trama costurada pelo filho junto a ultraconservadores do partido Republicano no Capitólio, sede do legislativo estadunidense, e na Casa Branca, com assessores de Donald Trump.
Leia a íntegra do documento enviado ao STF