Um fato inusitado aconteceu na avenida Paulista, durante o ato bolsonarista do domingo, 06 de abril.
Do nada, um trompetista começou a caminhar da rua Brigadeiro Luís Antônio em direção ao palco, que estava montado pouco mais de um quilômetro adiante.
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Abordado pela reportagem da revista Fórum, ele não quis se identificar.
O que chamou a atenção foi o repertório: Marcha Fúnebre, Lula Lá e o Tá na Hora do Jair Já Ir Embora, um tremendo sucesso lançado em 2022.
Posteriormente, o artista de rua Davi Maia, conhecido entre os colegas como Aipim, entrou em contato com a reportagem para se identificar, uma vez que os vídeos de sua "performance" viralizaram.
Nas redes sociais, ele chegou a ser elogiado por Fabiano Trompetista, o estudante de relações internacionais que já é muito conhecido por suas intervenções públicas: "Gigante! É isso! Eles que recuem! Nós somos o povo. Obrigado por ser tão valente! É disso que nosso povo precisa", escreveu Fabiano.
Foi um protesto improvisado
Ele contou que foi tudo improvisado, um protesto quando descobriu que seu dia de trabalho na Paulista estava perdido.
No contato, Davi confirmou que foi agredido fisicamente por um homem que se dizia policial:
Por muitos metros a maior hostilidade eram gritos, ofensas e no máximo os jatos de água e cerveja. Minha namorada Elisa também alega que foi empurrada e tomou uns puxões no cabelo…
Elisa acompanhava Aipim da calçada.
Porém, à medida em que ele avançou, os bolsonaristas ficaram mais irritados, especialmente quando tocava Lula, lá.
O artista conta que um homem o cercou insistentemente. A certa altura, disse: "Lula aqui você não vai tocar, não".
Na primeira [vez] eu resisti e ele me deu uma rasteira e foi me empurrando com os pés. Dava pra ver a cara dele de ódio, ele se segurando pra não fazer pior. Fiquei muito preocupado também com meu instrumento, que é caro e poderia ser danificado.
Aipim conta que chegou a dizer ao homem que pretendia denunciar a agressão à polícia.
O agressor ficou dizendo: “eu sou polícia!” Trágico, engraçado e nada surpreendente. Nos momentos seguintes esse cara conseguiu realmente me intimidar, ele dizia “toca pra você ver, você não é o machão? Toca!” e fiquei realmente com medo dele me bater.
Felizmente, Davi conseguiu deixar a Paulista sem escoriações, pela intervenção de duas mulheres.
A Elisa entrou na frente dele dizendo que teria que bater nela primeiro. Hahaha. Aí chegou uma mulher, supostamente esposa dele [o agressor] e o afastou.
Veja abaixo as imagens, que foram divulgadas quando Davi ainda não tinha sido identificado: