Diferentemente do que havia informado a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, o ex-presidente Jair Bolsonaro não foi para um quarto comum após a cirurgia realizada neste último domingo (13) no Hospital DF Star, em Brasília, para liberar aderências intestinais e reconstruir a parede abdominal.
Em coletiva de imprensa na manhã desta segunda-feira (14), a equipe médica responsável pela cirurgia de Bolsonaro informou que o ex-presidente segue na UTI, sem previsão de alta e sem expectativas de evolução rápida. Os médicos classificaram o procedimento cirúrgico como extremamente complexo, apesar de não ter havido nenhuma intercorrência.
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"Não houve nenhuma complicação, realmente foi o que era esperado. Um procedimento muito complexo. Agora nos cuidados pós-operatórios, quando há um procedimento muito prolongado como esse, o organismo do paciente acaba tendo uma resposta inflamatória muito importante, fica muito inflamado", disse o cardiologista Leandro Echenique.
"Não houve nenhuma complicação, realmente foi o que era esperado. Um procedimento muito complexo. Agora nos cuidados pós-operatórios, quando há um procedimento muito prolongado como esse, o organismo do paciente acaba tendo uma resposta inflamatória muito importante, fica muito inflamado (...) Isso pode levar a uma série de intercorrências. Aumenta o risco de algumas infecções, de precisar de medicamentos para controlar a pressão. Há um aumento do risco de trombose, problemas de coagulação do sangue. O pulmão, a gente acaba tendo um cuidado específico", declarou ainda.
Já o médico-chefe da equipe cirúrgica, Cláudio Birolini, informou que Bolsonaro deve permanecer internado por, pelo menos, duas semanas, e que não há expectativas de que a situação do ex-presidente melhore rapidamente.
"Já antecipo que não tenham grandes expectativas de uma evolução rápida. A gente precisa deixar o intestino dele descansar, desinflamar, retomar sua atividade para só depois pensar em realimentação por via oral, e daí para frente retomada de outras atividades", afirmou.
"Era um abdome hostil, múltiplas cirurgias prévias. Aderências causando um quadro de obstrução intestinal e uma parede abdominal bastante danificada em função da facada, das cirurgias prévias. Isso já antecipava que seria um procedimento bastante complexo e trabalhoso", pontuou.
Carlos Bolsonaro fala em "fisionomia deformada" de seu pai
O vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) descreveu o drama de seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, após cirurgia a que foi submetido neste domingo (13) no Hospital DF Star, em Brasília, para liberar aderências intestinais e reconstruir a parede abdominal.
Através das redes sociais, Carlos demonstrou preocupação com as "deformações na fisionomia" de Jair Bolsonaro após o procedimento cirúrgico, descrevendo o momento como "delicado" e dizendo que seu pai luta para retomar as funções biológicas.
"Que vida injusta. Jamais aguentaria tanta covardia e maldade como esse ser humano aguenta. Mais uma fase concluída. Começa agora outro momento delicado: o retorno das funções biológicas, que é outro trabalho torturante e diário. Que cada segundo seja de melhoras e mais melhoras, após a sétima cirurgia, devido às sequelas deixadas pela tentativa de assassinato em 2018. Que, com sua parede abdominal recomposta pela nova tela, fiquem impedidas as hérnias e as deformações em sua fisionomia; que seus órgãos reajam bem, e que toda a normalidade tome conta, o mais breve possível, deste guerreiro", escreveu o vereador.
A cirurgia
Após 12 horas, chegou ao fim a cirurgia do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na noite deste domingo (13). O procedimento foi realizado no Hospital DF Star, em Brasília, para liberar aderências intestinais e reconstruir a parede abdominal.
"Cirurgia concluída com sucesso! A Deus, toda honra e toda glória! Estou indo agora para a sala de extubação, onde poderei vê-lo. Em breve, os médicos darão uma coletiva com mais informações. Meu coração transborda de gratidão a cada um de vocês que tem orado, enviado mensagens e intercedido pelo meu amor. Obrigada por estarem conosco nesse momento tão delicado. Seguimos firmes, com fé e esperança!", disse a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro em suas redes sociais.
Segundo o cirurgião Cláudio Birolini, médico pessoal do ex-presidente e responsável pela cirurgia, o caso atual foi mais grave do que episódios anteriores enfrentados por Bolsonaro. Segundo ele, a recorrência está relacionada às cirurgias passadas feitas em decorrência da facada sofrida em 2018.
Bolsonaro, segundo o boletim médico, "encontra-se no momento na Unidade de Terapia Intensiva, estável clinicamente, sem dor, recebendo medidas de suporte clínico, nutricional e prevenção de infecções".