Alçado à Câmara Federal na suplência de Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que fugiu para os EUA alegando "perseguição da ditadura do judiciário", o missionário José Olímpio (PL-SP) afirmou que obedece ordens do filho de Jair Bolsonaro (PL) e não pode, sequer, demitir ou fazer contratações no gabinete, que segue sob o comando do clã do ex-presidente.
Segundo o colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo, dos EUA, Eduardo Bolsonaro teria feito uma manobra que lhe garantiu a verba de R$ 133 mil para pagamento do salário de 25 assessores nos gabinetes de São Paulo e Brasília.
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Na prática, José Olímpio não exerce nenhuma influência no mandato e obedece ordens diretas de Eduardo para qualquer ação.
"Eu não nomeei ninguém porque eu não posso. O gabinete é do Eduardo, não é meu. Para contratar, preciso da autorização dele. Estou trabalhando com a equipe dele", disse o deputado figurativo ao jornal O Globo.
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No entanto, o site da Câmara mostra que ao menos dois assessores foram contratados no gabinete de Eduardo, ocupado pelo pastor, no dia 25 de março, quatro dias depois de Hugo Motta (Republicanos-PB) oficializar o afastamento do filho de Bolsonaro.
Fabiano Augusto de Souza Araújo e Marcelo Pereira de Mello foram nomeados nessa data. Em 20 de março, um dia antes de Motta oficializar o afastamento, Bernardo Simões Broetto, Bárbara Torquato do Nascimento e Telma Broetto, também foram nomeados no gabinete.
Na prática, como José Olímpio diz não ter autoridade sobre o próprio mandato, Eduardo segue dando as ordens direto dos EUA.
Eduardo Bolsonaro também recebeu em março o salário integral, de R$ 46.366,19, segundo o site. Mesmo morando no Texas, o filho de Bolsonaro também não abriu mão dos R$ 4.253,00 de auxílio moradia.
O site também indica que José Olímpio, que foi eleito deputado por dois mandatos entre os anos de 2011 e 2019, também recebeu R$ 10.597,99 mensais entre janeiro e março de 2025.
Em quase um mês de atuação, o missionário só fez um discurso em plenário e assinou apenas a coautoria, juntamente com a bancada bolsonarista, de um Projeto de Lei, de autoria de Kim Kataguiri (União-SP) e Dayani Bittencourt (União-CE), que proíbe a oferta de Acordo de Não Persecução Penal aos crimes de corrupção
ativa e corrupção passiva.
