FACADA

Médico de Bolsonaro não descarta nova cirurgia e faz mistério: do jeito que as coisas estão...

Antônio Luiz Macedo fez suspense e disse que não descarta uma transferência para São Paulo, sinalizando uma nova cirurgia

Leandro Echenique, Jair Bolsonaro e Antonio Luiz Macedo (à direita).Créditos: Flickr / Bolsonaro
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Médico do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Antônio Luiz Macedo, fez mistério sobre o estado de saúde do ex-presidente, que foi internado às pressas no interior do Rio Grande do Norte e levado de helicóptero à Natal na manhã desta sexta-feira (11).

Em entrevista à CNN, Macedo afirmou que Bolsonaro voltou a apresentar complicações por causa da facada durante a campanha de 2018.

O ex-presidente teria sentido indisposição por causa de uma distensão intestinal, quadro de inchaço no abdome que pode ter sido ocasionado por uma inflamação.

"Bolsonaro já fez comigo cinco cirurgias abdominais, três extremamente delicadas, extremamente graves, que foram cirurgias demoradíssimas, e mais duas que foram menores”, disse Macedo.

O médico fez suspense e disse que não descarta uma transferência para São Paulo, sinalizando uma nova cirurgia.

“Do jeito que eu vi, como as coisas estão sendo levadas hoje, eu não descarto a possibilidade dele ter que ser encaminhado aqui para São Paulo, para que o doutor Leandro Echenique, que é o clínico dele em todas as cirurgias e eu possamos fazer o trabalho de socorrer o presidente”, afirmou.

Internação

Nesta sexta-feira (11), dia em que o Supremo Tribunal Federal (STF) publicou o acórdão da decisão da primeira turma que o tornou réu, Jair Bolsonaro foi internado às pressas em um hospital na cidade de Santa Cruz, no Rio Grande do Norte.

O ex-presidente sentiu "fortes dores em decorrência da facada que sofreu em 2018" e foi à emergência do hospital procurar atendimento médico.

Segundo informações da jornalista d'O Globo, Bolsonaro sentiu "indisposição" quando estava na estrada. Pessoas próximas teriam dito que "ele vinha sofrendo de obstrução intestinal há alguns dias". Bolsonaro está sendo transferido para Natal.

Réu oficialmente

A internação de Bolsonaro aconteceu horas após o Supremo Tribunal Federal (STF) publicar o acórdão da decisão da primeira turma, que tornou o ex-presidente e outros sete comparsas do núcleo "crucial" da organização criminosa réus por tentativa de golpe.

Com a publicação do acórdão, os réus terão cinco dias para apresentarem as defesas prévias, expondo argumentos e indicando testemunhas. Na prática, o documento dá a largada para o julgamento do mérito da ação criminal.

O acórdão mostra que a denúncia feita pelo Procurador-Geral da República (PGR), Paulo Gonet, foi integralmente recebida pela primeira turma.

Dessa forma, a decisão transformou em réus o ex-presidente Jair Bolsonaro, o ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) Alexandre Ramagem, o ex-comandante da Marinha Almir Garnier, o ex-diretor da Polícia Federal Anderson Torres, o ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno, o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro Mauro Cid, delator do caso, o ex-ministro da Defesa, Pualo Sérgio Nogueira, e o general Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil e ex-ministro da Defesa.

Segundo o acórdão, eles responderão pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça, contra o patrimônio da União, e com considerável prejuízo para a vítima, e deterioração de patrimônio tombado. 

Bolsonaro ainda responde por ser o líder da organização criminosa golpista.

Após os réus apresentarem as defesas, as testemunhas serão ouvidas e, em seguida, acontece o interrogatório dos acusados. Será quando Bolsonaro e seus cúmplices sentarão no banco dos réus.

Em seguida, Alexandre de Moraes, relator do caso, fará seu parecer e dará seu voto. Ele também poderá pedir a inclusão do caso na pauta para que se dê a votação dos demais ministros da primeira turma.
 

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