O Partido Socialista Brasileiro no Distrito Federal (PSB-DF) protocolou uma representação no Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) pedindo a abertura de investigação sobre a compra de parte do Banco Master pelo Banco de Brasília (BRB), estatal vinculada ao governo local.
Segundo o partido, a transação pode configurar ato de improbidade administrativa e também possíveis crimes contra o patrimônio público e o sistema financeiro nacional.
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Aquisição bilionária sob suspeita
A operação envolve a compra de 58% do capital total do Banco Master pelo BRB, incluindo 49% das ações ordinárias (com direito a voto) e 100% das ações preferenciais. A aprovação foi dada pelo Conselho de Administração do BRB, mas a concretização ainda depende do aval do Banco Central e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE).
O PSB aponta que a operação causa estranheza por envolver um banco que, segundo reportagens de veículos como Metrópoles, Valor Econômico e Terra, estaria em situação delicada. A imprensa destaca que outras instituições privadas desistiram de comprar o Master após identificarem ativos problemáticos, como precatórios e CDBs com altos rendimentos.
Além disso, mudanças recentes nas regras do Banco Central teriam afetado diretamente o modelo de negócios do Master, levantando rumores sobre uma possível intervenção estatal.
BTG ofereceu R$ 1 por banco com problemas
A representação do PSB menciona ainda que o banco BTG Pactual teria oferecido apenas R$ 1 para adquirir o Banco Master, com a condição de que o Fundo Garantidor de Crédito (FGC) cobrisse os passivos da instituição. A proposta também incluía o afastamento do atual controlador, Daniel Vorcaro.
O PSB compara essa proposta com o valor estimado da operação feita pelo BRB, que teria avaliado o banco em R$ 3,5 bilhões, mesmo com os riscos financeiros já conhecidos.
Outro ponto de preocupação é que, mesmo após a venda, Vorcaro continuará com a maioria das ações com direito a voto e ainda terá assento no Conselho de Administração do BRB, levantando dúvidas sobre quem de fato controlará o banco.
“A pergunta que ressoa como fundamental é: por que um banco estatal compraria o Master, sendo este um ativo que ninguém mais quer? [...] A real motivação — jamais dita em público — é simples: salvar o banqueiro. E, talvez, salvar também quem estava exposto demais ao Master para deixá-lo afundar”, questiona o PSB na representação.
Revista Fórum aponta elo político com Ibaneis
O documento também cita uma reportagem publicada pela Revista Fórum no dia 31 de março de 2025, que revela a ligação política entre os sócios do Banco Master e o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha.
De acordo com a matéria, os empresários Daniel Vorcaro e Augusto Lima teriam proximidade com Flávia Arruda, ex-ministra de Jair Bolsonaro e candidata ao Senado com apoio do grupo político de Ibaneis.
Diante dos indícios apresentados pela imprensa e das suspeitas levantadas, o PSB pede que o MPDFT apure a legalidade da operação e investigue eventuais infrações à:
- Lei de Improbidade Administrativa (Lei 8.429/1992)
- Código Penal (artigos sobre crimes contra o patrimônio público)
- Lei dos Crimes contra o Sistema Financeiro Nacional (Lei 7.492/1986)
