EM NOME DE DEUS

"Cretino" x "Rasputin": Líder do PL "reclama" com Bolsonaro, que promete calar Malafaia

Troca de insultos público entre os dois pastores se dá em torno do PL da Anistia, que pode beneficiar diretamente Jair Bolsonaro

Silas Malafaia e Marcos Pereira.Créditos: Youtube / Lula Marques Agência Brasil
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A troca pública de insultos entre Marcos Pereira, presidente do Republicanos, e Silas Malafaia, guru de Jair Bolsonaro (PL), em torno do PL da Anistia teve mais um capítulo nesta quinta-feira (20), segundo o deputado da sigla, que atua como braço político de Edir Macedo, da Igreja Universal do Reino de Deus (Iurd).

Pereira afirmou ao jornal O Globo que ligou para o ex-presidente para reclamar dos ataques de Malafaia, que o chamou de "cretino" após uma entrevista concedida à CNN Brasil.

"Estou em um misto de indignação e vergonha. O pastor Marcos Pereira envergonha a Igreja Universal e todos os evangélicos. Ontem, ele deu uma entrevista na CNN dizendo que o projeto da anistia não deve ser votado agora porque ele contamina o debate de 2026. Tem que ser muito cretino para falar isso. Nesta mesma entrevista ele diz que Lula está experiente e sabe fazer política. Sabe por que ele diz isso? Porque o partido dele tem ministério neste governo e tem cargos", destilou Malafaia, em vídeo publicado nas redes sociais.

"Liguei (para Bolsonaro) para reclamar que o Malafaia distorceu tudo e isso não ajuda em nada. Só isso", disse Pereira.

À CNN, o pastor licenciado da Iurd titubeou em falar sobre o apoio da bancada do Republicanos - que tem o governador Tarcísio Gomes de Freitas como pré-candidato ao Planalto em 2026 - ao PL da Anistia, que beneficia diretamente Bolsonaro, que se encontra inelegível.

Pelos cálculos de aliados, Bolsonaro pode ser diretamente beneficiado pela anistia aos golpistas com recurso no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que derrubaria as condenações que levaram à inelegibilidade.

Em resposta aos ataques, Pereira deu um novo apelido a Malafaia: Rasputin Tupiniquim, em referência ao místico autodenominado santo e filósofo, que no fim da era imperial da Rússia se aproximou da família do czar Nicolau II e acabou se tornando uma espécie de mandachuva que passou a deter mais poderes que o próprio soberano com base numa suposta superioridade moral e divina, o que se devia e o que não se devia fazer na nação.

“Lamentavelmente, Silas Malafaia exala e transpira ódio. Esse ódio faz com que ele deixe de refletir e se manifestar com inteligência. Malafaia, que se julga um bom pastor, deveria cuidar das ovelhas ou então tornar-se um político de fato, disputar uma eleição e falar, de dentro do parlamento, como parlamentar... Não me movo sob pressão. Muito menos com gritaria. Não é o meu perfil... Minha posição nunca foi contra a anistia, não é possível anistiar quem ainda não foi condenado [como no caso de Bolsonaro], [então] minha posição é técnica”, iniciou Pereira.

“Malafaia, uma espécie de Rasputin Tupiniquim, chega a espumar pela boca suas manifestações cheias de cólera... Ele precisa se acalmar e parar de induzir a guerra enquanto muitos, incluindo a mim mesmo, têm trabalhado pela pacificação”, completou o líder do Republicanos.
 

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