Em entrevista nesta quinta-feira (6) às rádios Metrópole e Sociedade, da Bahia, Lula mandou um recado para o bilionário Elon Musk, dono da Rede X e chefe do Departamento de "Eficiência Governamental" do governo Donald Trump, nos EUA, e defendeu a regulamentação das redes sociais contra a "canalhice" propagada pela extrema-direita no mundo.
LEIA TAMBÉM: Lula retoma viagens e inicia giro pelo país
Te podría interesar
"Nós precisamos regular essa chamada imprensa digital. Não é possível que numa imprensa escrita, numa televisão normal, o cidadão falou uma bobagem e ele é punido. Tem lei para isso. E no digital não tem lei. Os caras acham que podem fazer o que quiser, provocar, xingar, incentivar a morte, a promiscuidade das pessoas e não tem nada para punir", afirmou Lula.
Em seguida, sem mencionar diretamente Musk, o presidente brasileiro mandou um recado ao bilionário, alçado ao governo Trump após conspirar contra a democracia em diversos países, inclusive o Brasil.
Te podría interesar
"Não é possível que um cidadão ache que ele pode interferir na cultura da China, na cultura do Brasil, na cultura da Rússia, na cultura da Venezuela, na cultura da Argentina, que ele pode entrar em qualquer lugar e falar o que ele quiser. Não pode. Então, eu vou ter para você uma coisa. O nosso Congresso Nacional tem responsabilidade e vai ter que colocar isso para regular", disse o presidente brasileiro.
"Se não for o caso, a Suprema Corte vai ter que regular, porque é preciso moralizar. Todo mundo tem direito à liberdade de expressão, mas a liberdade de expressão não é as pessoas utilizarem esses meios de comunicação para canalhice, para fazer provocação, para mentir todo santo dia", emendou Lula.
O brasileiro ainda expôs o movimento especulativo com a desinformação, dizendo que as mentiras propagadas nas redes "bagunçam a economia" e reiterou que defende "a regulação com a participação da sociedade, porque ninguém quer proibir a liberdade de expressão".
Nazismo
Na entrevista, Lula ainda alertou para o recrudescimento do nazismo e do fascismo, em um momento "muito complicado na humanidade" em que "a democracia está perdendo respeito para o extremismo".
"A democracia está perdendo espaço para o nazismo, para o fascismo, para as pessoas mais extremistas e muito irresponsáveis, porque as pessoas não falam nada com nada, as pessoas só sabem desacatar, ofender, xingar as instituições, quando, na verdade, as pessoas não têm passado nenhum presente que possa dizer que essas pessoas fizeram alguma coisa que a sociedade possa acreditar", disse o presidente.
Lula aproveitou para relacionar Donald Trump a Jair Bolsonaro (PL) e outros líderes extremistas, que usam o negacionismo para atacar a democracia em todo o mundo.
"É o negacionismo elevado à quinta potência. E isso é uma coisa que nós vamos ter que destruir, porque não existe possibilidade de você ter um governo que atenda aos interesses da sociedade brasileira e da sociedade de qualquer país do mundo, se a gente não tiver um regime democrático", disse.
Mais adiante, Lula voltou a falar que se depender dele "a democracia vai derrotar o negacionismo" e que vencerá Bolsonaro em uma nova disputa, caso o ex-presidente consiga reverter sua inelegibilidade na Justiça.
"Se o cidadão que foi presidente, com as bravatas que ele fala, com as mentiras que ele conta, com as provocações que ele faz, quiser ser candidato, ele sabe que eu o derrotei quando eu era oposição e ele estava com a máquina na mão, que gastou. Só para você ter ideia, deixou um déficit de 2,6% para mim. Deixou um déficit. E o nosso déficit agora foi 0,09%. Então, se esse cidadão acha que vai votar, ele pode tirar o cavalo da chuva, que quantas vezes ele for candidato, quantas vezes eu vou derrotá-lo", afirmou.
Assista