Jair Bolsonaro (PL) está sob os holofotes nacionais neste início de 2025 por conta da denúncia da PGR que pesa contra ele e aliados que tentaram dar um golpe de Estado ao final de seu mandato, bem como pelo julgamento que enfrentará nos próximos meses, que inevitavelmente o colocará por alguns anos na cadeia. O fato é que, sempre que o ex-presidente é filmado ou fotografado em suas fanfarras pelo Brasil, alguns guarda-costas aparecem o cercando. De fato, como ex-ocupante do Palácio do Planalto, ele tem direito a três agentes para fazer essa função.
No entanto, Bolsonaro usa mais do que esse contingente que a lei prevê. E é aí que está o problema. Um dos sujeitos que aparecem junto ao líder da extrema direita, de colete e usando um distintivo policial de metal pendurado no pescoço, não é e nunca foi militar ou agente de segurança pública. Segundo uma denúncia do jornal Folha de S.Paulo, trata-se de um pecuarista que já foi dono de loja de móveis. Ou seja, alguém que apenas circula em locais públicos se passando por policial.
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Bruno Scheid, de 41 anos, é o segundo vice-presidente do PL no estado de Rondônia, onde trabalha com negócios envolvendo gado, tendo sido sócio também de uma loja de móveis do outro lado do país, em São Paulo. Ele seria um bolsonarista fanático e fidelíssimo que se aproximou do então presidente via sua esposa, Michelle Bolsonaro, com quem teria algum nível de acesso.
Na campanha presidencial de 2022, na qual seu “mito” saiu derrotado, ele organizou vários eventos com ruralistas e gente do agronegócio nas regiões Norte e Centro-Oeste. No último ano do mandato de Bolsonaro, Scheid compareceu 11 vezes ao Palácio do Planalto. Antes disso, em 2019, ocupou um cargo de diretoria na Secretaria de Agricultura de Rondônia, durante a administração de Marcos Rocha (União-RO).
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“Não há qualquer intenção de simular ou induzir a uma função que não exerço, assim como não há qualquer propósito nesse sentido em relação a outros assessores”, começou dizendo à Folha o “agente de segurança” que não é agente de segurança.
“Essa identificação foi adotada para evitar ruídos de comunicação entre os assessores e os profissionais responsáveis pela segurança dos eventos, facilitando a circulação. Poderia ser um crachá ou qualquer outra forma de identificação”, acrescentou ainda, afirmando que tal distintivo “é amplamente usado no Brasil inteiro para facilitar acessos, sendo comum entre assessores parlamentares, deputados federais e senadores em viagens e eventos estaduais”.
Já o PL, partido ao qual pertence Scheid e o próprio Jair Bolsonaro, não quis comentar o fato de um de seus filiados usar um apetrecho que é de uso restrito de policiais ou militares.