REFORMA MINISTERIAL

Ato falho de Lindbergh confirma rumores de Gleisi no governo, deputado nega

Deputado petista mencionou que a bancada perderá uma de suas parlamentares mais combativas, o que foi interpretado como confirmação da nomeação de Gleisi para a Secretaria-Geral da Presidência da República

Créditos: Ichiro Guerra/PT
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Durante reunião da bancada petista nesta terça-feira (18), o deputado Lindbergh Farias cometeu um ato falho que reforçou especulações sobre a ida de Gleisi Hoffmann para a Secretaria-Geral da Presidência da República. Ao defender que o PT precisa ter uma agenda própria para emplacar suas pautas no debate público, Lindbergh mencionou que isso seria ainda mais importante porque a bancada perderia uma de suas deputadas mais combativas e porque alguns parlamentares petistas se tornariam ministros. A declaração foi interpretada pelos presentes na reunião como uma confirmação de que Gleisi Hoffmann deixará a Câmara para integrar o governo Lula nas próximas semanas.

O deputado entrou em contato com a Fórum e negou que tenha feito algum comentário neste sentido. A Fórum confirmou a informação com dois deputados que estavam presentes na reunião.

A movimentação política envolvendo Gleisi já vinha sendo especulada nos bastidores, e sua nomeação para a Secretaria-Geral fortaleceria a articulação do Palácio do Planalto com os movimentos sociais. A pasta é responsável por coordenar a relação do governo com diferentes segmentos da sociedade, além de formular e supervisionar políticas voltadas para a participação popular.

A Secretaria-Geral da Presidência também é encarregada de monitorar e fomentar mecanismos de consulta e diálogo entre o governo federal e organizações da sociedade civil. Além disso, tem papel estratégico na formulação de diretrizes voltadas para a transparência e participação popular, dois pilares essenciais para o governo Lula. A entrada de Gleisi na pasta pode representar um reforço na mobilização de setores progressistas, fortalecendo a base social do governo e ampliando os canais de interlocução direta com a população. Além disso, ainda há quem aponte que a petista poderá ocupar a Secretaria de Relações Institucionais, hoje comandada pelo petista Alexandre Padilha.

Caso a nomeação se confirme, Gleisi terá que deixar a presidência nacional do PT antes do fim de seu mandato, previsto para julho. A transição abriria espaço para uma nova liderança na sigla, o que pode gerar disputas internas sobre o comando do partido, especialmente em um ano estratégico para as eleições municipais. A presidência do PT tem papel fundamental na definição de alianças, candidaturas e na consolidação da estratégia eleitoral da legenda em todo o país. A saída de Gleisi exigiria uma reorganização rápida, garantindo a continuidade da articulação do partido para as disputas de 2024.

A nomeação também tem gerado resistências dentro do próprio campo aliado. O senador Omar Aziz (PSD-AM), por exemplo, manifestou reservas à ideia, argumentando que a postura combativa de Gleisi pode gerar novos atritos na base. Nos bastidores, também há preocupação sobre como a escolha impactaria a relação com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, com quem Gleisi tem divergências públicas. Além disso, há receios quanto ao efeito da mudança na governabilidade, já que o PT perderia uma de suas principais articuladoras na Câmara.

Apesar das resistências, a estratégia do governo com a indicação de Gleisi parece ser a de fortalecer a relação com movimentos sociais e reforçar o diálogo institucional do Planalto com setores históricos da esquerda. A expectativa é que sua atuação ajude a impulsionar programas voltados à inclusão social e à ampliação da participação popular na formulação de políticas públicas.

A decisão final sobre a nomeação está nas mãos do presidente Lula. Caso se confirme, a entrada de Gleisi Hoffmann no ministério fortalecerá a articulação do Planalto com setores da sociedade civil, além de reconfigurar a estrutura do PT e a dinâmica de poder dentro do governo. A movimentação é vista como parte de uma estratégia maior para consolidar a governabilidade e fortalecer a influência do PT no segundo mandato de Lula.

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