REFORMA MINISTERIAL

Gleisi no Planalto? Deputada deve assumir ministério do governo Lula

Nome da petista, crítica ferrenha da atual política de juros do Banco Central, ganha força para assumir pasta estratégica

Gleisi Hoffmann e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.Créditos: Rafaela Araújo/Folhapress
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A presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann, pode integrar o primeiro escalão do governo Lula nos próximos meses. O nome da parlamentar paranaense tem sido ventilado para assumir a Secretaria-Geral da Presidência, pasta responsável pela interlocução com os movimentos sociais e considerada estratégica dentro da estrutura do Palácio do Planalto.

Nos bastidores, o próprio Lula já sondou Gleisi sobre a possibilidade. Em encontros recentes, o presidente indicou que seu nome tem sido defendido dentro do governo, e perguntou se ela consideraria a nomeação. Embora, segundo o jornal Folha de S. Paulo, tenha respondido que "o presidente da República não convida, manda", a deputada também ressaltou sua atuação crítica às diretrizes econômicas do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, especialmente no que se refere à política de juros mantida pelo Banco Central.

A chegada de Gleisi ao governo implicaria mudanças no próprio PT, que passará por eleições internas em julho. Caso assuma a pasta, um dos vice-presidentes da sigla deverá conduzir o partido interinamente até o pleito. Os nomes de José Guimarães (CE), atual líder do governo na Câmara, e Humberto Costa (PE), senador e provável futuro segundo vice-presidente do Senado, despontam como favoritos para ocupar a vaga temporária. Contudo, Lula já manifestou preferência pelo ex-ministro e ex-prefeito de Araraquara, Edinho Silva, como nome definitivo para liderar o partido. 

Além da possível nomeação de Gleisi, a reforma ministerial pode implicar mudanças em outras áreas-chave do governo. O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, pode ser substituído, o que abriria espaço para a entrada do líder do MDB na Câmara, Isnaldo Bulhões (AL). A mudança faz parte de uma movimentação para fortalecer a articulação política do Planalto e garantir estabilidade para a gestão de Lula nos próximos anos.

Outro fator que pesa na balança é o destino do atual ocupante da Secretaria-Geral da Presidência, Márcio Macêdo. Considerado leal a Lula, Macêdo ainda não tem uma definição sobre seu futuro dentro do governo, mas há quem defenda sua permanência em alguma função relevante.

Caso se concretize, a nomeação de Gleisi reforçaria o núcleo político mais próximo de Lula dentro do Palácio do Planalto. A petista, que já ocupou a Casa Civil no governo Dilma Rousseff e comanda o PT desde 2017, se consolidou como uma das principais vozes contra a política econômica neoliberal e contra as concessões feitas ao mercado financeiro. Sua presença no governo significaria um reforço para a ala que defende maior protagonismo dos movimentos sociais e maior resistência a pautas defendidas pela "Faria Lima". 

Até o momento, Gleisi Hoffmann não se pronunciou publicamente sobre as especulações que envolvem sua suposta ida para o Palácio do Planalto. 

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