A Justiça Federal de Salvador, por meio da 2ª Vara Criminal, confirmou nesta sexta-feira, 14, o arquivamento do processo relacionado à operação Lava Jato contra o senador Jaques Wagner (PT).
Por não haver indícios suficientes que demonstrassem a participação do congressista baiano no caso, o juiz federal Fábio Moreira Ramiro ordenou o arquivamento das investigações. “Não há evidências concretas que sustentem as acusações”, disse.
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Antes da decisão judicial, o Ministério Público Federal (MPF) apresentou uma manifestação apontando a inexistência de qualquer indício de irregularidade relacionado a Wagner. O magistrado aceitou a análise do MPF e ressaltou que, após sete anos de apurações, não surgiram novos indícios para justificar a continuidade do caso.
Na decisão, Ramiro destaca o "esgotamento das diligências razoavelmente exigíveis, sem prejuízo de eventual reabertura das investigações diante de novos elementos".
Éden Valadares, presidente do Partido dos Trabalhadores da Bahia, criticou a perseguição política sofrida pelos petistas nas mãos dos membros da Lava Jato, cujas decisões foram amplamente anuladas pelo STF ao apontar erros históricos da operação e do ex-juiz Sergio Moro, hoje senador.
“Wagner foi vítima da maior farsa política e fraude jurídica do Brasil. Um processo que tinha evidentes e comprovados vícios, objetivos políticos e resultou na chegada de Moro e Bolsonaro ao poder”, afirmou.
De acordo com o dirigente estadual, houve uma interferência política no judiciário com o propósito de desqualificar políticos íntegros como o senador. “Quando a política entra em um tribunal, a justiça sai pela janela. E infelizmente foi isso que aconteceu. Wagner foi alvo de uma campanha desonesta por ser o grande quadro que é do PT na Bahia e no Brasil. Essa é a verdade”, concluiu Valadares em nota.
Jaques Wagner, governador da Bahia entre 2007 e 2014 e ex-secretário de Desenvolvimento Econômico do estado, foi citado em 2017 nas delações de Carlos José Fadigas de Souza Filho e Marcelo Odebrecht, que o acusaram de corrupção passiva no governo. Também foi alvo de investigação por suspeita de lavagem de dinheiro no âmbito da Operação Cartão Vermelho, que investiga desvios de recursos na reforma da Arena Fonte Nova, em Salvador, utilizada durante a Copa de 2014.