Prestes a ser denunciado pelo Procurador-Geral da República (PGR), Paulo Gonet, como principal articulador da tentativa de golpe de Estado, Jair Bolsonaro (PL) ainda terá que lidar com uma "surpresa" dos investigadores da Polícia Federal (PF).
Segundo a jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo, Gonet disse a interlocutores ao longo desta semana que a denúncia está pronta para ser oficializada e que deve apresentá-la ao Supremo Tribunal Federal (STF) antes do Carnaval – ou seja, ainda no mês de fevereiro.
Te podría interesar
Gonet teria sinalizado, ainda, que a denúncia, em um primeiro momento, focará apenas na tentativa de golpe de Estado deflagrada por Bolsonaro. Os casos do roubo e venda de joias do acervo da União e falsificação de cartões de vacinação contra a Covid-19 devem constar em denúncias posteriores.
É possível que Gonet peça na denúncia que Bolsonaro seja condenado a 28 anos de prisão, que corresponde à soma das penas pelos crimes atribuídos ao ex-presidente.
Te podría interesar
Documentos e materiais relatados pela PF no relatório já entregue ao PGR abre a possibilidade de enquadramento do ex-presidente em um leque de crimes.
No entanto, mesmo após o indiciamento de 40 membros da organização criminosa - 37 na primeira leva e mais 3 investigados acrescidos à lista em 11 de dezembro de 2023 -, a Polícia Federal prosseguiu com as investigações e pretende entregar um relatório complementar.
Braga Netto e facção homicida da OrCrim
A investigação está sendo aprofundada após a prisão do general Walter Braga Netto e da facção homicida da OrCrim golpista, que planejava assassinar Alexandre de Moraes, Lula e Geraldo Alckmin.
Braga Netto está preso há mais de dois meses no Comando Militar Leste, no Rio de Janeiro. Além de ser um dos artífices da tentativa do golpe, o general da reserva teria tentado obstruir as investigações da PF.
Na operação que levou o grupo à prisão, a PF apreendeu diversos materiais e documentos que podem servir como novas provas para subsidiar as acusações contra Bolsonaro e a organização que tramou o golpe.
Segundo informações obtidas pela Fórum, os investigadores afirmam que o relatório complementar não atrasa a denúncia da PGR. Pelo contrário, reforça e comprova o que já está nos autos, complicando ainda mais a defesa de Bolsonaro e seus asseclas.
