Após o vice, Geraldo Alckmin (PSB), e o ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, entregar a pauta prioritária do governo ao Congresso Nacional, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu na Granja do Torto na noite desta quarta-feira (13) os presidentes das duas casas legislativas: Hugo Motta (Republicanos-PB), da Câmara, e Davi Alcolumbre (União-AP), do Senado.
Após falar sobre a pauta governista, especialmente na área econômica, Lula dispensou os ministros Rui Costa (Casa Civil) e Fernando Haddad (Fazenda) e teve uma conversa a portas fechadas com os dois parlamentares.
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Na pauta, Lula teria conversada com Motta e Alcolumbre sobre o cenário político e a reforma ministerial costurada pelo presidente.
O presidente do Senado vislumbra colocar seu partido, o União Brasil, no comando do Ministério de Minas e Energia, que atualmente tem à frente Alexandre Silveira, na cota do PSD, de Gilberto Kassab.
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Alcolumbre já havia manifestado a Lula o desejo pela pasta em meio aos ataques gratuitos de Kassab, assessor especial de Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos), ao governo e à Haddad.
No entanto, o presidente pretende manter Silveira no ministério - até mesmo para manter Kassab no foco - e negocia cargos no segundo escalão com Alcolumbre.
O senador, que viaja com Lula nesta quinta-feira (13) para Macapá (AP), quer Victor Saback, secretário de geologia, mineração e transformação mineral, na secretaria-executiva do Ministério, cargo que ficará vago com a saída de Arthur Valério.
O senador ainda quer indicar o novo presidente da Pré-Sal Petróleo (PPSA), estatal que gerencia os contratos de produção do Pré-Sal que se encontra sob o comando de uma interina, Tabita Loureiro.
O foco de Alcolumbre é o montante arrecadado com os royalties, que deve chegar a US$ 5,8 bilhões (R$ 33,4 bilhões na atual taxa de câmbio) este ano e US$ 7,6 bilhões (R$ 43,8 bilhões) para o ano eleitoral de 2026.
Republicanos
Já Hugo Motta foi sondado pelo presidente para que o Republicanos assuma a liderança do governo na Câmara.
Lula já teria conversado com José Guimarães (PT-CE), que abriria mão da liderança do governo na Câmara para sair candidato à sucessão de Gleisi Hoffmann (PT-PR) na Presidência do PT.
Gleisi, que acompanhou Padilha e Alckmin no encontro com os congressistas nesta quarta, é tida como nome certo para comandar um ministério palaciano - provavelmente a a Secretaria-Geral da Presidência, de Márcio Macedo.
Em princípio, Lula pensou em dar a liderança do governo na casa legislativa a Paulo Pimenta, que deixou o Ministério das Comunicações no primeiro ato da reforma ministerial.
No entanto, o presidente busca atrair partidos do Centrão - como o PSD, Republicanos e PP -, que flertam com a direita nas costuras políticas para 2026.
Lula teria sondado Marcos Pereira, presidente do Republicanos - partido que é braço político de Edir Macedo, da Igreja Universal - para a liderança do governo na Câmara.
No entanto, em entrevista ao jornal O Globo, Pereira fez críticas ao governo e disse que "a tendência do partido é caminhar com alguém de centro-direita nas eleições presidenciais".
Lula busca se aproximar de Motta para evitar que o sucessor de Arthur Lira (PP-AL) siga orbitando na esfera de Jair Bolsonaro (PL), que pressiona o presidente da Câmara para colocar em pauta o PL da Anistia e a proposta que destrói a Lei da Ficha Limpa.