O comediante Danilo Gentili se revoltou ao tomar conhecimento, a partir de uma publicação da página Análise Política, de que o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) trabalhou apenas 72 dias ao longo de 2024, ou seja, tirou 293 folgas.
De acordo com informações do portal Análise Política, para sustentar o tempo de trabalho e de folga, Eduardo Bolsonaro "gastou R$ 340 mil reais da cota parlamentar, R$ 1,3 milhão em contratação de assessores e mais R$ 528 mil em salários, totalizando R$ 2,2 milhões".
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Revoltado com o alto custo para sustentar as folgas de Eduardo Bolsonaro, o comediante Danilo Gentili afirmou que os paulistas deveriam exigir que o parlamentar tirasse "São Paulo" de seu nome nas redes sociais e ainda classificou o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro como "vagabundo".
Cabe destacar que o deputado Eduardo Bolsonaro é um ferrenho militante contra o fim da escala 6x1, que visa dar dignidade e descanso para a classe trabalhadora. A pauta tem sido liderada pela deputada federal Erika Hilton (PSOL-RJ) e o vereador Ricardo Azevedo (PSOL-RJ), que fundou o movimento Vida Além do Trabalho (VAT), que atua pelo fim da escala 6x1.
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Maioria dos brasileiros são contra escala 6x1, aponta Datafolha
De acordo com pesquisa realizada pelo Datafolha, 64% dos brasileiros apoiam o fim da escala 6x1, modelo de trabalho que prevê seis dias de trabalho seguidos por um de descanso.
Atualmente o tema é debatido no Congresso por meio da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) de autoria da deputada Erika Hilton (PSOL-SP), que visa a redução da carga semanal de trabalho para 36 horas, divididas em quatro dias, a exemplo de vários países ao redor do mundo como Alemanha, França e Reino Unido que adotaram a diminuição da jornada de trabalho impulsionados pelo movimento 4 Day Week Global.
Segundo informa a Folha, o levantamento foi realizado entre 12 e 13 de dezembro e ouviu 2.002 pessoas em 113 municípios. Dos entrevistados, a pesquisa ainda aponta que 70% preferem uma jornada de cinco dias, enquanto 17% optam por seis e 7% defendem quatro. A jornada diária de até oito horas é considerada ideal por 82%.
Perfil demográfico dos apoiadores
O apoio à redução da jornada apresenta variações significativas entre diferentes grupos.
Entre as mulheres, 70% são favoráveis, enquanto 40% dos homens rejeitam a ideia, com margem de erro de três pontos percentuais. Jovens de 16 a 24 anos são os mais favoráveis (81%), enquanto entre pessoas com 60 anos ou mais, 48% são contrários (margem de erro é de cinco pontos percentuais).
Quanto à renda, 68% dos que ganham até dois salários mínimos apoiam a redução, em contraste com 43% de rejeição entre aqueles que recebem mais de cinco salários mínimos.
A pesquisa também apontou maior aprovação entre pessoas pretas (72%) e pardas (66%), enquanto 59% das pessoas brancas apoiam a mudança.
Consenso entre esquerda e direita
Entre os eleitores do presidente Lula (PT), 73% apoiam a proposta, enquanto 53% dos que votaram em Jair Bolsonaro (PL) no segundo turno de 2022 também se mostram favoráveis.
No entanto, há divergências sobre como a jornada máxima deve ser definida: 58% dos entrevistados defendem que a regulamentação seja feita por lei, enquanto 39% preferem que seja negociada diretamente entre empregadores e trabalhadores.
Jornada de 4 dias aumenta produtividade e diminui estresse
A jornada de trabalho de quatro dias indicou melhoria na produtividade e diminuição do estresse, segundo um experimento realizado no Brasil por duas ONGs que atuam pela redução do tempo de trabalho.
O experimento teve início em janeiro deste ano e analisou 21 empresas. Do total, 61,5% das companhias apresentaram melhora na execução de projetos; 58,5% sentem que a criatividade melhorou; 44,4% relataram maior capacidade de cumprir prazos e 33,3% viram melhoria em adquirir clientes.
O estudo foi conduzido pela organização 4 Day Week Brazil, braço do movimento global que realiza pesquisas práticas em diversas empresas pelo mundo. A ONG Reconnect Happiness at Work também participou do experimento.