Filho "01" de Jair Bolsonaro (PL), Flávio Bolsonaro (PL-RJ) levou para o Senado a barganha tentada pelo pai para aprovação do PL 2.858/2022, do ex-deputado Major Vitor Hugo, que "concede anistia a todos os que tenham participado de manifestações em qualquer lugar do território nacional do dia 30 de outubro de 2022 ao dia de entrada em vigor desta Lei".
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O projeto, que será colocado em votação em sessão extraordinária da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara nesta quarta-feira (11), beneficia diretamente o ex-presidente no inquérito em que é investigado pela tentativa de golpe de Estado e pode, inclusive, derrubar a condenação de inelegibilidade até 2030 pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em efeito cascata.
Bolsonaro condicionou o apoio - e os votos - dos 93 deputados da ultradireita ao nome escolhido por Arthur Lira (PP-AL) à aprovação do projeto de anistia.
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O acordão foi levado ao Senado, onde Flávio já alertou Davi Alcolumbre (União-AP) de que ele só terá o apoio de bolsonaristas caso coloque na pauta da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da casa o projeto assim que for aprovado na Câmara.
"A maioria do bloco já está (fechada com Davi). O caminho é seguir com ele, porque ele está tratando dessa forma: vai respeitar a proporcionalidade e entende a importância da anistia", disse Flávio Bolsonaro ao jornal O Globo.
Sobre o impeachment do ministro Alexandre de Moraes, que foi colocado na geladeira pelo atual presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, Alcolumbre não teria se comprometido. Ainda.
"Davi não fala nem que sim nem que não sobre o impeachment (de Moraes). Ele fala: “O presidente não sou eu, então, não vou me posicionar agora". Acho difícil ele fazer", disse Flávio.
O senador, no entanto, acredita que o pai conseguirá a adesão necessária para afastar Moraes do STF e abrir caminho para tentar concorrer à Presidência em 2026.
"Temos 34 assinaturas (de senadores) pelo impeachment (de Moraes). Num cenário em que passamos a ter 41 senadores 100% alinhados com a gente (número de votos necessários para aprovar início do processo), como acho que vamos fazer, Davi (Alcolumbre) terá que passar dois anos muito bem alinhado com as nossas pautas para merecer o nosso apoio de novo lá na frente, numa tentativa de reeleição dele em 2027. O cenário é favorável. Já fiz as contas: dos 81 senadores, podemos chegar a 54 de largada na próxima eleição, que é o número cravado para aprovar o impeachment de ministro do Supremo", disse, colocando a faca no pescoço de Alcolumbre.