O primeiro debate político da corrida eleitoral à prefeitura de São Paulo, promovido pela Rede Bandeirantes, foi marcado por embates acalorados e críticas ao atual prefeito e candidato à reeleição Ricardo Nunes (MDB), que não respondeu questões sobre temas importantes e polêmicos.
O embate realizado na sede da emissora, no bairro do Morumbi, terminou na madrugada desta sexta (9) e reuniu, além de Nunes, os candidatos Guilherme Boulos (PSOL), Tábata Amaral (PSB), José Luiz Datena (PSDB) e Pablo Marçal (PRTB).
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Candidato à reeleição e herdeiro do cargo após a morte do prefeito Bruno Covas (PSDB), o atual prefeito foi alvo preferido dos adversários durante o embate televisivo.
A investigação sobre dinheiro recebido por organização envolvida na máfia das creches, o não cumprimento de mais de 50% das promessas de campanha, as filhas de espera para exames e cirurgias, o aumento da população de rua e a acusação de agressão registrada em boletim de ocorrência pela esposa – Regina Carnovale Nunes – foram assuntos explorados pelos adversários do prefeito.
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Perguntas sensíveis receberam explicações evasivas ou respostas que fugiam do tema. É a primeira experiência do emedebista como candidato a um cargo majoritário.
Nunes fugiu do embate ao ser confrontado por Boulos ou por Datena sobre investigação da Justiça que apura pagamentos à empresa da família do prefeito realizados por uma organização conveniada vencedora de edital da prefeitura para administrar escolas infantis municipais, no escândalo conhecido como máfia das creches.
O treinamento recebido pelo prefeito pela equipe de campanha não evitou momentos de saia justa. Foi o caso da pergunta feita por Tabata, que quis saber o motivo de Nunes ter dito – durante sabatida UOL, em 15 de julho – que o B.O. de ameaça registrado contra ele pela sua própria esposa teria sido frojado.
"Olha, eu nunca levantei um dedo para a minha mulher (...) O que acontece é que, em época de eleição, aparecem esses assuntos, forjam essas histórias. Eu realmente tive com a minha esposa um período que a gente realmente se separou, mas nada de agressão", explicou o prefeito, sem mencionar o registro policial.
A Polícia Civil desmentiu Nunes ao confirmar a existência do registro de agressão assinado por Regina e com data de fevereiro de 2011, na Delegacia da Mulher.
Perguntas sobre o aumento de 24% do número de moradores de rua registrado no período entre janeiro e julho de 2024 ficaram sem respostas. Segundo o Observatório Brasileiro de Políticas Públicas junto com a População em Situação de Rua (OBPopRua), o número de pesssoas sem-teto na capital ultrapassa os 80 mil.
"Esse aqui é um debate muito sério porque estamos falando do futuro da cidade de São Paulo. As perguntas que foram feitas serão respondidas", começou o prefeito, que falou de realizações em outras áreas, da qualificação da sua equipe de secretários, da saúde financeira da cidade e de outras realizações, mas sem falar do aumento da população de rua.
A gestão Ricardo Nunes entregou apenas 48% das promessas feitas durante a campanha de 2020. Só 28 dos 58 projetos prometidos foram entregues efetivamente. Construção de corredores de ônibus, a entrega de CEUs, entre outras metas, ficaram esquecidas pelo caminho.