DEBATE

Quem é pior: Bolsonaro ou Pablo Marçal?

O debate da Band em São Paulo na noite de ontem levantou a questão de quem é o pior dois dois: o candidato à prefeitura ou o ex-presidente

Créditos: Rede X de Pablo Marçal
Escrito en POLÍTICA el

O debate da Band ontem com os principais candidatos à prefeitura de São Paulo teve muita baixaria, acusações e acabou rendendo memes e discussões nas redes. 

Uma delas envolve o candidato Pablo Marçal, que provocou tumultos e fez muita gente compará-lo ao ex-presidente Bolsonaro, o que acabou gerando a discussão: afinal, quem é pior, Bolsonaro ou Pablo Marçal?  

No histrionismo, na necessidade de sempre buscar afirmações ofensivas ou violentas com o objetivo de "causar", os dois são semelhantes, sendo que Marçal tem mais desenvoltura, se comunica melhor na comunicação verbal.

Já Bolsonaro e sua dificuldade de formar um pensamento completo acaba produzindo em seus seguidores um efeito magnético. Como ele não diz coisa com coisa, solta apenas frases, muitas  desconexas, os súditos ficam procurando um sentido oculto e mais profundo no que ele diz, o que acaba gerando memes como o das famosas "daqui a 72 horas".

Uma diferença que ficou clara no debate de ontem é que Marçal, por mais que seja delirante, tem alguma preocupação — ou pelo menos diz que tem — com os pobres da periferia de São Paulo, coisa que nunca interessou a Bolsonaro.

 

"Por que o ensino foi de mal a pior no governo do PT? Por que interessa a juventude ser doutrinada, ser um boca aberta aí... 'A culpa é do governo', 'cadê o meu emprego?'. Você tem que correr atrás. Eu não crio emprego. Quem cria emprego é a iniciativa privada. Eu não atrapalho o empreendedor" — disse Bolsonaro. [UOL]

 

É complicado fazer a comparação entre os dois porque Marçal nunca teve o poder que Bolsonaro teve nas mãos como presidente do Brasil.

Fica difícil competir em maldade com alguém que, diante do choro e do luto de milhares de famílias que perdiam seus entes queridos, reclamou: "deixem de mimimi, eu não sou coveiro".

Uma pessoa que incentivou os brasileiros a irem às ruas de peito aberto enfrentar a pandemia para conseguir a tal imunidade de rebanho, como se fossem gado. 

Tivemos quase 800 mil mortos e mesmo com vacinas ainda não estamos imunes à Covid. Se não fossem as vacinas, se o povo seguisse as recomendações de Bolsonaro e saíssem às ruas de peito aberto, sem máscara, quantos teriam morrido? Milhões.

E no que as mortes desses milhões incomodariam Bolsonaro que chegou a zombar das pessoas morrendo por falta de ar em Manaus, simulando um sufocamento e sorrindo?

Bolsonaro liberou o auxilio emergencial contra sua vontade. Assim mesmo com um valor insuficiente de meros R$ 200, que depois foram transformados em R$ 600 por pressão do Congresso e clamor popular. 

O mesmo aconteceu com as vacinas, que ele era contra comprar, porque a pessoa poderia "virar jacaré" — embora o bicho que quisesse dizer fosse outro.

Não existe ninguém menos insensível à dor dos outros que Bolsonaro. Ninguém tão sem empatia como ele, que chegou a criar um cartaz "Quem gosta de osso é cachorro", quando familiares de desaparecidos políticos pela ditadura militar procuravam seus mortos entre ossadas em Perus.

Alguém que no voto em favor do impeachment da presidenta Dilma disse que votava com orgulho em nome de um assassino e torturador, o coronel Brilhante Ustra, único oficial militar julgado e condenado por tortura no Brasil.

Não existe comparação. Bolsonaro ganha facilmente essa macabra competição, pois é sem sombra de dúvidas o brasileiro mais nefasto da história do Brasil. 

E por enquanto ainda impune.