O candidato à Prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL), participou na manhã desta segunda-feira (26) de um encontro com líderes evangélicos na Barra Funda, Zona Oeste da capital. Durante o evento, Boulos reforçou seu compromisso com temas como alfabetização, combate à fome e moradia, além de receber uma carta de apoio de representantes do grupo, que se declararam “abertos às parcerias legalmente possíveis com o governo em prol da Justiça”.
Com uma plateia que incluía líderes de igrejas como Avivamento, Universal e Assembleia de Deus, o candidato aproveitou a oportunidade para criticar os “falsos profetas” e pediu apoio no combate às fake news. “Há dois anos, essas pessoas que inventam mentiras sobre mim diziam que o Lula iria fechar igrejas”, afirmou Boulos, relembrando os ataques que sofreu durante sua candidatura à presidência. Ele destacou que tais episódios quase o fizeram desistir da vida política, mas o incentivaram a continuar na disputa.
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Após o encontro, em coletiva de imprensa, Boulos explicou que, ao mencionar os “falsos profetas”, se referia a seus adversários, Ricardo Nunes (MDB) e Pablo Marçal (PRTB), e não poupou críticas a ambos. “Me referi aos dois bolsonaristas que são candidatos a prefeito de São Paulo, Pablo Marçal e Ricardo Nunes. Ambos espalham mentiras, ambos tentam acusar nossa candidatura de coisas que não são reais. [...] Não vou permitir nem que um incompetente como Ricardo Nunes continue na cadeira de prefeito, nem um bandido e mentiroso como Pablo Marçal chegue perto da prefeitura.”
O evento reflete a crescente importância do eleitorado evangélico nas campanhas políticas. Em 2022, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já havia dedicado um documento especial a esse grupo, que, devido às suas pautas conservadoras, se alinhou mais à campanha do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Neste ano, o conservadorismo parece favorecer Marçal, que lidera as intenções de voto entre evangélicos com 30%, seguido por Nunes, com 22%, e Boulos, com 12%, segundo dados do Datafolha.
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O pastor Uilian Corcino, da Assembleia de Deus, também discursou no encontro, destacando a necessidade de quebrar a associação exclusiva entre evangélicos e a extrema-direita. “É preciso mostrar que os evangélicos não se resumem ao bolsonarismo”, afirmou Corcino, ecoando o esforço de Boulos em aproximar-se desse segmento do eleitorado.
Durante seu discurso, Boulos fez questão de elogiar a atuação de evangélicos em movimentos sociais, especialmente na luta por moradia, e criticou aqueles que, de forma hipócrita, “falam dos valores da família” sem se preocuparem com causas que garantem dignidade, como moradia e alimentação.