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"Xandão destrói Musk" e "parabéns STF": internautas celebram fechamento do X no Brasil

Rede social anunciou fim das operações no país após se recusar a cumprir decisões de Alexandre de Moraes

Meme que circula pelas redes sociais após a rede X decidir encerrar operações no Brasil.Créditos: Reprodução
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Entre a noite deste sábado (17) e a manhã deste domingo (18), os termos "Xandão destrói Musk" e "parabéns STF" se espalharam pelo X, o antigo Twitter, e figuraram na lista de assuntos mais comentados (Trending Topics). Trata-se da repercussão da decisão da rede social do bilionário Elon Musk de encerrar suas operações no Brasil e fechar seu escritório no país, demitindo funcionários. 

Em seu perfil oficial de relações governamentais, a rede social posou de vítima e justificou o encerramento das operações no Brasil com o argumento de que sua equipe está sendo "ameaçada" por Alexandre de Moraes, já que o ministro, relator do inquérito das fake news no Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou em decisão recente que diretor da empresa no Brasil poderia ser preso caso a plataforma não acatasse decisões judiciais. A rede, segundo o magistrado, vem incorrendo em obstrução de Justiça. 

"Noite passada, Alexandre de Moraes ameaçou nosso representante legal no Brasil com prisão se não cumprirmos suas ordens de censura. Ele fez isso em uma ordem secreta, que compartilhamos aqui para expor suas ações (...) Como resultado, para proteger a segurança de nossa equipe, tomamos a decisão de encerrar nossas operações no Brasil, com efeito imediato. O serviço X continua disponível para a população do Brasil. Estamos profundamente tristes por termos sido forçados a tomar essa decisão. A responsabilidade é exclusivamente de Alexandre de Moraes", diz o comunicado. 

A plataforma ainda tenta interferir na política brasileira ao afirmar que "o povo brasileiro tem uma escolha a fazer - democracia ou Alexandre de Moraes". 

A decisão do X de encerrar as operações no Brasil seria uma estratégia de Elon Musk para driblar o judiciário brasileiro, já que, sem representantes no país mas com o serviço funcionando, poderia seguir desrespeitando as ordens do STF sem qualquer tipo de sanção. 

A maior parte dos internautas brasileiros vem celebrando a decisão tomada pela rede social do bilionário. Confira abaixo parte da repercussão. 

Governo Lula se manifesta 

Após reiteradamente descumprir ordens judiciais para remover publicações ou contas de pessoas investigadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), a plataforma X (antigo Twitter), do bilionário Elon Musk, anunciou, neste sábado (17), que encerrou suas operações no Brasil. O serviço continuará funcionando para os brasileiros, mas os funcionários da empresa no país foram demitidos e o escritório será fechado. 

A decisão provocou reação do governo Lula. João Brant, secretário nacional de Políticas Digitais da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, usou a própria rede social de Musk para classificar a iniciativa do bilionário como “patética”.

“Como mostra a ordem judicial publicada pelo próprio Twitter/X, a empresa vinha ignorando ordens judiciais e fugindo das intimações. Atitude patética para uma empresa que controla esta plataforma com o tamanho que tem no Brasil”, postou Brant. 

“Agora fecham o escritório para ‘proteger os funcionários’ (que não teriam qualquer risco se recebessem as intimações) e é muito provável que deixem de cumprir qualquer ordem judicial. Estão forçando um pênalti e tentando jogar no STF o ônus político de uma decisão que tem fundo comercial”, destacou.

Fim das operações do X no Brasil: o que muda a partir de agora?

A rede social X, antigo Twitter, anunciou, neste sábado (17), o fim das operações no Brasil após descumprir uma série de ordens judiciais do Supremo Tribunal Federal (STF). 

Em nota, a rede social colocou a responsabilidade pela decisão no ministro Alexandre de Moraes, a quem o dono do X, o bilionário Elon Musk, já proferiu uma série de ataques. A empresa afirmou que sua equipe está sendo "ameaçada" pelo ministro, que destacou que o diretor da empresa no Brasil poderia ser preso caso a plataforma não acatasse decisões judiciais. 

Na última semana, a rede social desobedeceu às novas ordens do STF para bloquear o perfil do senador Marcos do Val (Podemos-ES), que vem realizando há meses ataques com discurso de ódio e fake news contra o ministro Alexandre de Moraes e à Suprema Corte. Após o X descumprir a decisão judicial, Moraes aumentou a multa da plataforma para R$ 200 mil.

Esta não é a primeira vez que a plataforma descumpre decisões do STF para suspender perfis que compartilham discursos de ódio, desinformação e ataques antidemocráticos contra instituições e políticos. Em junho, o X recorreu a uma ordem de Moraes para bloquear uma conta que divulgou dados de familiares do ministro. 

Além das posturas da plataforma, o próprio Elon Musk já proferiu ataques pessoais a Moraes, com acusações de "censura impostas pelo ministro".

No comunicado emitido pela plataforma, o X reforça o discurso dessa possível "censura". "Noite passada, Alexandre de Moraes ameaçou nosso representante legal no Brasil com prisão se não cumprirmos suas ordens de censura. Ele fez isso em uma ordem secreta, que compartilhamos aqui para expor suas ações (...) Como resultado, para proteger a segurança de nossa equipe, tomamos a decisão de encerrar nossas operações no Brasil, com efeito imediato. O serviço X continua disponível para a população do Brasil. Estamos profundamente tristes por termos sido forçados a tomar essa decisão. A responsabilidade é exclusivamente de Alexandre de Moraes".

Com a nova decisão, surgiram dúvidas se os brasileiros continuarão a ter acesso ao X. A resposta é sim, os usuários vão poder continuar a utilizar a rede social normalmente. Na prática, o que muda é a relação institucional do X com o país. 

A partir de agora, sem representantes no Brasil, a comunicação com a plataforma será mais difícil, além da moderação de conteúdos e atendimento ao usuário também serem dificultados. A decisão seria, então, uma estratégia de Musk para driblar o judiciário brasileiro, já que, sem representantes no país, mas com o serviço funcionando, poderia seguir desrespeitando as ordens do STF sem qualquer tipo de sanção.