Após reiteradamente descumprir ordens judiciais para remover publicações ou contas de pessoas investigadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), a plataforma X (antigo Twitter), do bilionário Elon Musk, anunciou, neste sábado (17), que encerrou suas operações no Brasil. O serviço continuará funcionando para os brasileiros, mas os funcionários da empresa no país foram demitidos e o escritório será fechado.
A decisão provocou reação do governo Lula. João Brant, secretário nacional de Políticas Digitais da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, usou a própria rede social de Musk para classificar a iniciativa do bilionário como “patética”.
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“Como mostra a ordem judicial publicada pelo próprio Twitter/X, a empresa vinha ignorando ordens judiciais e fugindo das intimações. Atitude patética para uma empresa que controla esta plataforma com o tamanho que tem no Brasil”, postou Brant.
“Agora fecham o escritório para ‘proteger os funcionários’ (que não teriam qualquer risco se recebessem as intimações) e é muito provável que deixem de cumprir qualquer ordem judicial. Estão forçando um pênalti e tentando jogar no STF o ônus político de uma decisão que tem fundo comercial”, destacou.
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Moraes aumenta multa contra o X
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), voltou a mostrar nesta quinta-feira (15) que não vai se intimidar com ameaças de grupos extremistas e, muito menos, com o empresário Elon Musk, que tem usado sua plataforma X para alimentar as hostes bolsonaristas no Brasil.
No dia em que o jornal Folha de S. Paulo divulgou as primeiras reportagens sobre supostos "usos fora do rito" do TSE, Elon Musk divulgou um ofício encaminhado pelo STF para que a plataforma X retirasse do ar alguns perfis. No post, tal ação era classificada como "censora" e "ditatorial". As contas não foram retiradas do ar.
Diante da negativa da plataforma X em retirar os perfis do ar, sob determinação do STF, Alexandre de Moraes determinou nesta quinta-feira (15) o aumento da multa contra a rede social. Trata-se do perfil do senador Marcos do Val (Podemos-ES) e outras seis contas. Caso a empresa não cumpra a determinação, a multa pode chegar a R$ 1,4 milhão diários.
Além disso, o ministro Alexandre de Moraes lembrou que a atitude da rede social X em não retirar os perfis do ar pode configurar crime de desobediência e resultar na prisão dos responsáveis pela empresa no Brasil.
Musk usa o X para atacar Alexandre de Moraes
Logo após o jornal Folha de S.Paulo divulgar uma reportagem onde afirma que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), usou o "TSE fora do rito para investigar bolsonaristas", ou seja, que o magistrado teria cometido ilegalidades, o perfil oficial do X (antigo Twitter) entrou na guerra contra o magistrado.
De maneira alarmante e com o objetivo de atacar Moraes, o perfil do X divulgou um ofício do STF, assinado por Alexandre de Moraes, onde é requerida a derrubada de alguns perfis vinculados à extrema direita. Para a plataforma, a Corte brasileira "exige a censura de contas populares no Brasil".
"Esse ofício exige a censura de contas populares no Brasil, incluindo um pastor, um atual parlamentar e a esposa de um ex-parlamentar. Acreditamos que o povo brasileiro merece saber o que está sendo solicitado a nós", diz a publicação feita pelo perfil oficial do X.