Silvinei Vasques, ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Anderson Gomes, ex-ministro da Justiça de Jair Bolsonaro (PL), e outras quatro pessoas foram indiciados nesta sexta-feira (16) pelo uso político da PRF em favor de Bolsonaro no dia do segundo turno das eleições de 2022.
Em 30 de outubro de 2022, dia do segundo turno das eleições de 2022, a PRF fez uma série de operações de fiscalização de estradas, a maioria em áreas do Nordeste onde as pesquisas tradicionalmente apontam maioria petista entre os eleitores, e atrapalhou os deslocamentos da população que se dirigia às urnas nessas localidades. As operações ocorreram em descumprimento de ordem de Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal e, à época, presidente do Tribunal Superior Eleitoral.
Te podría interesar
Os indiciamentos têm como base o artigo 359-P do Código Penal: “restringir, impedir ou dificultar, com emprego de violência física, sexual ou psicológica, o exercício de direitos políticos a qualquer pessoa em razão de sexo, raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional”.
Agora que o grupo foi indiciado - Vasques e Torres como responsáveis pela corporação - a PF pediu ao STF que aumentasse o prazo da investigação para que os indiciados sejam interrogados.
Te podría interesar
Os outros quatro indiciados são policiais federais, à época cedidos ao Ministério da Justiça. São eles Marília Ferreira Alencar, Fernando de Sousa Oliveira, Leo Garrido de Salles Meira e Alfredo de Souza Lima Coelho.
Silvinei Vasques
Naquele domingo eleitoral de outubro, Silvinei teve um dia agitado. A começar por uma publicação nas redes sociais em que pedia votos a Bolsonaro. Ele postou uma bandeira do Brasil com o número e o nome do candidato. Ao perceber que poderia estar cometendo um crime eleitoral, apagou a publicação.
Mais tarde, quando notícias das operações da PRF chegaram aos tribunais superiores, Alexandre de Moraes o convocou para dar explicações sob o risco de ter a prisão decretada.
A prisão preventiva só seria decretada por Moraes em agosto de 2023. Na avaliação da PF, se solto, Vasques poderia apagar rastros e provas. Foi solto um ano depois mediante o uso de tornozeleira eletrônica e obrigação de se apresentar à Justiça periodicamente. Também não pode deixar o país.
Anderson Torres
O ex-ministro da Justiça de Bolsonaro acabava de tomar posse como secretário de Segurança Pública do Distrito Federal quando tirou férias e viajou para os EUA. Dias depois da sua partida, ocorreram os ataques de 8 de janeiro. Ele foi preso em 14 de janeiro ao retornar para o Brasil, acusado de conivência com os ataques. Foi solto em maio de 2023.