Pupilo de Luciano Hang, o véio da Havan, o senador Jorge Seif Jr. (PL-SC) mantém um silêncio sepulcral sobre as "denúncias" vazias da Folha de S.Paulo sobre Alexandre de Moraes enquanto parlamentares da bancada de Jair Bolsonaro (PL) têm tido surtos e pedido impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) no Congresso Nacional.
O silêncio de Seif Jr. tem perturbado a horda bolsonarista que tem atacado a postura do senador a cada publicação que ele faz nas redes.
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Protagonista de vários arroubos em seus discursos contra a Justiça no Congresso, Seif Jr. se tornou manso nos últimos meses e chegou até a classificar Gilmar Mendes, o decano da corte, como "pacificador", o que causou estranheza em seus eleitores e seguidores radicais.
A explicação, no entanto, está ligada diretamente a Alexandre de Moraes, alvo dos ataques da Folha, e em um acordo feito pelo ministro do STF com o governador Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos), ex-ministro de Bolsonaro, para livrar Seif Jr. da cassação.
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Cassação
O senador bolsonarista enfrenta um processo de cassação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por abuso de poder econômico. Ele é acusado de ter usado viaturas e a estrutura privada da Havan, de Luciano Hang, durante a campanha em 2022.
Segundo o Ministério Público Eleitoral (MPE) “houve uma simbiose no tratamento do marketing e de uso de bens empresariais entre o Luciano Hang empresário e o Luciano Hang cidadão”. Ou seja, tudo indica que o dono das Lojas Havan usou seu poderio econômico para privilegiar o então candidato Jorge Seif, o que é proibido.
O julgamento teve início em abril. Relator do caso, o ministro Floriano Azevedo votou inicialmente pela cassação do mandato. Mas, em uma manobra, alterou a própria tese e pediu a absolvição do senador bolsonarista.
O julgamento do processo está paralisado desde então, após os ministros do TSE pedirem novas diligências sobre o caso.
Protagonista de diversas "polêmicas" no mandato - a última foi fazer live alterado após ir ao show da Madonna -, Seif Jr. teria sido beneficiado diretamente pelo acordo firmado entre Moraes e Tarcísio.
A absolvição de livrá-lo da cassação estaria incluído em um pacote negociado por Tarcísio para alçar à Procuradoria-Geral do Estado o ex-diretor da Escola Superior do MP-SP, Paulo Sergio Oliveira e Costa.
Oliveira e Costa foi indicado por Moraes que, no acordo, se comprometeu a conceder a liberdade a dois militares, ex-assessores de Bolsonaro, presos pelos atos golpistas: o tenente coronel Mauro Cid e o coronel Marcelo Câmara.
Além da libertação dos dois, Moraes teria aceitado manter o mandato de Seif Jr., desde que o bolsonarista colocasse um fim nos ataques ao STF.
Em 23 de abril, Seif Jr selou sua parte no acordo com o "surpreendente" discurso chamando Gilmar Mendes de "pacificador" no plenário do Senado.
"Hoje, no plenário, destaquei a decisão do Ministro Gilmar Mendes, que suspendeu toda e qualquer deliberação, por parte do Judiciário sobre o Marco Temporal, levando em conta que o Poder Legislativo já firmou posição sobre o assunto, e trazendo assim uma solução pacificadora, que é o que o Brasil quer e precisa", escreveu na publicação.