Ex-advogada de Flávio Bolsonaro (PL-RJ) Juliana Bierrenbach confirmou que a defesa recebeu três relatórios após a reunião com Jair Bolsonaro (PL), Augusto Heleno, ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) e Alexandre Ramagem, que comandava a Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
Em entrevista a Guilherme Amado, do portal Metrópoles, Juliana diz que recebeu os documentos - que seriam os dossiês produzidos pela Abin Paralela - da ex-sócia, Luciana Pires, que também esteve no encontro, via WhatsApp.
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Ao mesmo jornalista, Luciana disse, em 2020, que os relatórios foram enviados por Flávio, também pelo aplicativo de mensagens.
“Ela [Luciana Pires] me encaminhou [os relatórios] por WhatsApp, recebi isso da Luciana Pires. Agora, eu não sei, não tenho como dizer pra você se isso foi escrito por ela, pelo Ramagem, pela Abin, pelo Flávio, não sei. Foi enviado por ela. Que ela disse para você que foi o Ramagem é um fato”, disse Juliana, que rompeu com a ex-sócia.
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Em um dos dossiês, no campo "finalidade", há a descrição: “Defender FB no caso Alerj demonstrando a nulidade processual resultante de acessos imotivados aos dados fiscais de FB” - FB é a sigla de Flávio Bolsonaro.
Juliana, que não faz mais parte da defesa do Flávio, agora alega que os relatórios eram "muito tolos".
“Tive acesso a três relatórios desses, que me pareciam, com todo respeito, muito tolos, tolos, muito tolos. Basta dizer que era um documento que talvez fosse da Abin e que me dava um codinome de Juliete, pelo amor de Deus".
Bolsonaro
Na entrevista, Juliana voltou a dizer que se surpreendeu com a presença de Bolsonaro na reunião.
“Eu não tinha a mais remota ideia [de que Bolsonaro participaria da reunião], foi um susto para mim, quando entrei na sala e encontrei o presidente e o Ramagem. Eu achei que fosse ter uma reunião com o general Heleno e com algum assessor dele, foi o que me foi dito”, disse.
A Valdo Cruz, no portal G1, a advogada já havia dito que não sabia da presença de Bolsonaro e, tampouco, que Ramagem faria a gravação.
"Não sabia e acho isso um método lamentável", afirmou.
Nas redes sociais, Juliana fez uma série de stories para dizer que a reunião tratou apenas de "uma série de ilegalidades" cometidas com o "ex-cliente".
"A mim não importa quem é o cliente. Muito menos se é de direita, de esquerda ou de onde quer que seja. Se o Estado está se valendo de meios ilícitos para persecução penal, eu usarei toda a potência do meu cérebro para encontrá-los e apontá-los a quem puder", escreveu.
Na sequencia, a advogada ainda afirma que "não pode existir pesadelo maior que alguém achar que eu sou de direita".