O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, acaba de retirar o sigilo do áudio de 1 hora e 8 minutos de duração que retrata uma reunião realizada no Palácio do Planalto, em 25 de agosto de 2020, entre Bolsonaro, o então chefe da Abin “verdadeira”, Alexandre Ramagem, que hoje é deputado federal, o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, e uma advogada que defendia os interesses do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho mais velho do ex-presidente. Na longa conversa estaria em pauta uma forma de interferir diretamente nas investigações que apuravam a suposta prática de rachadinha no antigo gabinete de Flávio na Alerj, quando ele era deputado estadual. Os auditores da Receita Federal que atuavam no caso eram os alvos da trama costurada no encontro.
A conversa deixa inequívoca a ação do então chefe de Estado para interferir no andamento da apuração eventualmente criminosa que recai sobre seu filho primogênito, o que configuraria um crime grave. Fontes da Fórum na PF, que não estão envolvidas no inquérito, mas que mantêm contato com os investigadores do caso, chamaram a gravação de “a bomba da República”, porque, segundo elas, colocaria o ex-presidente em situação ainda mais complicada diante da Justiça.
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"Ressalto, ainda, que, a eventual divulgação parcial – ou mesmo manipulação – de trechos da Informação de Polícia Judiciária nº2404151/2024 (fls. 334-381), bem como da gravação nela referida, tem potencial de geração de inúmeras notícias incompletas ou fraudulentas em prejuízo à correta informação à sociedade", diz o despacho do ministro como argumento para levantar o sigilo da gravação.