A ministra do Interior da Argentina (pasta equivalente ao Ministério da Justiça e Segurança Pública), Patricia Bullrich, respondeu neste sábado (8) a questionamentos sobre qual será a ação do governo do presidente extremista Javier Milei quando os pedidos de extradição de condenados brasileiros pela tentativa de golpe de 8/1 forem feitos à nação vizinha pelo Brasil, já que inúmeros informes de inteligência apontam para o fato de esses bolsonaristas criminosos terem fugido para lá nas últimas semanas. O fato é tão notório que até o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) já pediu para que autoridades argentinas aceitem pedido de refúgio deles.
Bullrich, que foi também candidata à Presidência na eleição vencida por Milei, e que outrora era apontada como uma “figura moderada na direita argentina”, respondeu com o cinismo clássico dos políticos ultrarreacionários que vêm se proliferando mundo afora de alguns anos para cá.
Te podría interesar
“Nós ainda não temos nenhuma informação desse tipo. Não temos alertas vermelhos sobre essas pessoas... É difícil pedir extradição se não há uma causa judicial ou se não tem um alerta de algum tipo que permita que se possa enviar as pessoas. Não temos registros... (A notícia da fuga) se mantém como uma propaganda (do governo Lula) e não como um fato jurídico”, disparou a ministra, fazendo uma clara provocação ao Brasil.
É evidente que Bullrich sabe, por meio de seus próprios recursos de inteligência, que esses bandidos brasileiros condenados foram buscar refúgio na Argentina. A pergunta, feita por um jornalista da Rádio Mitre, para qual ela dava entrevista, era sobre como o governo de Javier Milei pretende lidar com a situação quando ela se concretizar, uma vez que é obvio que os fatos ainda não são oficiais, tendo em vista que as autoridades brasileiras ainda não acionaram suas homólogas argentinas.
Nos últimos dias tornou-se pública a informação que o Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional (DRCI), do Ministério da Justiça, para que então as ordens sejam chanceladas pelo Supremo Tribunal Federal. Os nomes desses criminosos devem ser colocados nas listas de difusão vermelha da Interpol (Polícia Internacional) e da Ameripol (Polícia das Américas), para que em caso de localização no exterior eles sejam imediatamente encaminhados para o Brasil.
O setor de inteligência da Polícia Federal identificou há algumas semanas que esses bolsonaristas golpistas condenados tinham fugido para a Argentina e que, já em solo estrangeiro, iriam solicitar o status de refugiados à Comissão Nacional para os Refugiados (Conare), órgão do Ministério do Interior argentino, pasta comandada por Patricia Bullrich.