Membros da blitzkrieg fascista de Jair Bolsonaro (PL) na Câmara, Éder Mauro (PL-PA) e Paulo Bilynskyj (PL-SP) surtaram ao serem chamados de "bandidos" e "criminosos" pelo pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ) durante sessão da Comissão de Direitos Humanos, Minorias e Igualdade Racial na última quarta-feira (5).
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Após promoverem algazarra e agressões físicas no Conselho de Ética, os dois bolsonaristas estiveram na comissão de Direitos Humanos com o intuito de desferir ataques à decana da casa, Luiza Erundina (PSOL-SP) - que passou mal e chegou a ser internada na UTI.
No entanto, eles não contavam que Henrique Vieira faria a confrontação de ideias ao defenderem a violência e execuções na ação das polícias ironizando com o filme "James Bond - Licença para Matar". Mauro é ex-delegado de polícia e tem uma longa ficha de homicídios e tortura na profissão. Bilynskyj é ex-policial civil e deixou a corporação após o caso controverso da morte da namorada.
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Mirando os dois ex-policiais, Henrique Vieira montou um raciocínio lógico em cima da narrativa bolsonarista de "que a polícia pode agir fora da margem da lei executando pessoas".
"Agora vamos raciocinar juntos", convidou o pastor, olhando para os colegas bolsonaristas.
"Discurso, lógica, raciocínio, coerência e conclusão. Vamos lá: se executar alguém, como muitos defenderam, é uma coisa contra a lei, vamos chamar de quê? Um policial que age fora da lei, que invade casas sem mandados, atira sem ser para se defender ou defender outros - isso foi glorificado abertamente aqui. A minha pergunta é - e espero que acompanhem meu raciocínio: um policial que age assim, está agindo dentro da lei? A única resposta possível é: não está agindo dentro da lei. Então, caindo no raciocínio dos senhores, se não está agindo dentro da lei, ele é um criminoso, um bandido", disparou Vieira, deixando os bolsonaristas sem entender.
"Ainda seguindo o raciocínio dos senhores, que eu discordo: 'bandido bom é bandido morto'. Seguindo no raciocínio de vocês: quem defende bandido é bandido", concluiu o deputado, causando um silêncio sepulcral por instantes na comissão.
"Então, estou oferecendo para vocês um espelho: se vocês estão dizendo que um policial pode chegar atirando, vocês estão defendendo algo que é contra a lei, se é contra a lei é criminoso. Se é criminoso é um bandido. Se é bandido tem que morrer. E quem defende bandido é bandido. Então vossas excelências estão defendendo a própria morte", esmiuçou o pastor.
Após a explicação detalhada, os bolsonaristas entenderam e surtaram, tentando tiar a palavra do deputado.
Ao retomar o discurso, no entanto, Vieira partiu para cima novamente, ironizou Nikolas Ferreira (PL-MG) como presidente da Comissão de Educação, e deixou os bolsonaristas em surto ao expor o negacionismo.
"Vocês excelências criam um mundo paralelo, que beira uma coisa lunática. Dados não servem, fontes não servem. E eu quero dizer o seguinte: esse debate não é policial. Não se pode falar sobre segurança pública? Isso é de uma falta de inteligência. Porque veja: se a pessoa não é professora, não está na sala de aula, não pode falar de educação? Então, o que Nikolas está fazendo na presidência da Comissão de Educação já que ele não é professor?", disparou.
"É impressionante o caráter raso do próprio entendimento. Para não chamar de burrice, vou chamar de escassez de inteligência ou falta de coerência. Vossas excelências defendem execução sumária. Execução sumária é prática de bandido. Quando um policial morre a gente consola a família, busca a justiça, defende as boas condições de trabalho e de salário. Não vai e dobra a aposta e mata 90 pessoas. Isso não é polícia, isso é máfia, isso é milícia. Vossas excelências não defendem polícia, vossas excelências defendem milícia. E milícia é crime", emendou Vieira, sendo interrompido por Bilynskyj, que acusou o golpe.
"Oh, presidente, a gente vai ser ofendido aqui", disse o bolsonarista.
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