O general Tomás Paiva, comandante do Exército nomeado pelo presidente Lula (PT), deu uma entrevista ao Estadão nesta sexta-feira (7) em que defendeu abertamente a reabertura da Comissão Especial de Mortos e Desaparecidos durante a ditadura civil-militar - instalada no Brasil em primeiro de abril de 1964.
Antes de ser indagado sobre o tema, o jornalão perguntou sobre as análises em política internacional do general. Paiva defendeu as relações entre Brasil e China, minimizou impactos sobre o Brasil das disputas geopolíticas entre chineses e os EUA e fez comentários sobre as relações de nosso país com Israel.
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A seguir, perguntado sobre o possível retorno da Comissão Especial de Mortos e Desaparecidos, afirmou que já estaria definido que em algum momento o órgão voltaria a funcionar.
“Eles (os parentes e amigos das vítimas) teriam o direito de saber o paradeiro. Enquanto a pessoa estiver desaparecida, eu acho que é humanitário ter a possibilidade de saber o que aconteceu. Isso tem que ser entendido como uma questão humanitária. Só fico preocupado de, com o tempo (transcorrido), as expectativas serem frustradas”, avaliou o general.
O jornal então pergunta se militares não reclamariam da reabertura da comissão, ao que o general Paiva emenda: “É um direito das pessoas saber o que aconteceu com seus parentes. Então, mesmo reclamando, é o correto”.
Cobrado sobre a necessidade do Exército colaborar com as investigações da Comissão, Tomás Paiva defende a Força e diz que sempre manteve uma postura de colaboração. Ele citou Grupos de Trabalho como o do Araguaia e alegou que passado tanto tempo do regime, é comum que as expectativas acerca da resolução dos casos sejam frustradas.
“Reitero: Enquanto tiver as pessoas que tiveram perdas e você tiver a possibilidade de saber o que aconteceu, é algo humanitário. E está pacificado nesse aspecto para nós”, declarou o general. Em outras palavras, está dizendo que a questão é uma espécie de página virada na caserna. Difícil de acreditar.
O general finaliza a entrevista informando que a recriação da Comissão depende de uma decisão do presidente Lula, com quem tem ótima relação. Também anunciou que em breve o Exército pode ter a primeira general mulher.
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