Após a decisão da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), que tornou o senador Sergio Moro (União-PR) por calúnia contra o ministro Gilmar Mendes, o parlamentar usou as redes sociais para comentar a decisão da Corte.
O senador Sergio Moro explicou que a sua declaração era "uma piada". "A Primeira Turma do STF recebeu denúncia por suposto crime de calúnia contra mim por ter feito, antes do exercício do mandato de Senador, uma piada em festa junina na brincadeira conhecida como ‘cadeia’. Um vídeo gravado e editado por terceiros desconhecidos foi feito e divulgado sem meu conhecimento e autorização."
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Em seguida, Sergio Moro afirma que a sua defesa vai "demonstrar a total improcedência" da denúncia. "O pedido para que os terceiros fossem identificados e ouvidos antes da denúncia não foi atendido. O recebimento da denúncia não envolve análise do mérito da acusação e no decorrer do processo a minha defesa demonstrará a sua total improcedência", conclui o senador.
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Entenda o caso
A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta terça-feira (4), por unanimidade, tornar o senador Sergio Moro (União-PR) réu por calúnia contra o ministro Gilmar Mendes, membro da suprema Corte.
O caso diz respeito a uma denúncia da Procuradoria-Geral da República contra o senador, depois que um vídeo, onde o parlamentar está em um evento, dispara fala para as pessoas presentes em "comprar um habeas corpus" de Gilmar Mendes.
A então vice-procuradora-geral a República, Lindôra Araújo, afirma que Sergio Moro atribuiu falsamente a prática do crime de corrupção passiva a Gilmar Mendes e com a intenção de macular a imagem e a honra do ministro do STF.
Todos os membros da Segunda Turma do STF seguiram o voto da relatora, a ministra Carmen Lúcia, são eles: Flávio Dino, Cristiano Zanin, Luiz Fux e Alexandre de Moraes.
Festa junina
Em vídeo divulgado nas redes sociais, o senador e ex-juiz Sérgio Moro (União Brasil-PR) voltou a atacar Gilmar Mendes e fez uma acusação gravíssima contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), seu desafeto desde os tempos de Lava Jato.
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Nas imagens, Moro aparece descontraído com um copo na mão e, em tom de deboche, acusa Mendes de vender habeas corpus.
"Não... Isso é fiança do instituto. Vai comprar um habeas corpus do Gilmar Mendes", diz o senador a uma pessoa que está a seu lado, mas não aparece nas imagens.
Em março, Moro deu um chilique nas redes após Mendes falar sobre a contratação dele pela consultoria Alvares & Marsal, dos EUA, após ele deixar o governo Jair Bolsonaro (PL). A empresa foi uma das principais beneficiadas pelo desmonte da indústria nacional pela Lava Jato, assumindo diversos contratos de compliance com construtoras alvos da força tarefa.
"No Brasil a gente descobre outra questão, que se mostra nessa participação do Moro, na contratação dessa empresa americana (a Alvarez e Marsal) que depois vai contratá-lo. A gente descobre o quê? Que os combatentes da corrupção gostam muito de dinheiro”, disse Mendes em entrevista.
Moro foi às redes e surtou dizendo que as declarações do magistrado "são mentiras e ofensas pessoais absolutamente desarrazoadas" e que "repudia a violação ao decoro judicial", coisa que nunca fez quando esteve à frente das investigações da Lava Jato.